Ter “uma alimentação livre de mortes” era o que procurava Joana Silva, de 22 anos, quando, em 2009, escolheu uma dieta sem carne ou peixe. Muitos, como Joana, optam pelo
vegetarianismo ou, mais radicalmente, pelo veganismo, por uma questão de ética, ecologia ou
de saúde. “Ser vegetariano por vontade própria e por defender os animais, é algo que não tem preço, é uma sensação de bem-estar comigo própria”, afirma.
O primeiro “World Vegan Day” foi em 1994, quando a sociedade de veganos de Inglaterra
comemorou 50 anos de existência. Ano após ano, aumenta, em Portugal, o número de pessoas
que acabam por se tornar veganos ou vegetarianos, à semelhança do resto da Europa, do
Brasil e dos Estados Unidos.
Geralmente, é uma decisão que causa controvérsia. “A família não aceita”, confessa Sandra
Campos, de 37 anos. “Alguns amigos também torcem o nariz e começam a gozar, com aquelas brincadeiras do costume”, conta . “A mim, já me disseram que eu comia arbustos”, acrescenta, com um sorriso.
Ser vegetariano ou vegan?
A diferença, apesar de muitos confundirem os termos, é grande. “Vegan” é aquele que rejeita completamente qualquer alimento de origem animal, e também se recusa a vestir pele ou lãs. O “vegetariano” é mais liberal, continuando a comer ovos e derivados do leite
Mas, afinal, quais são os problemas que um vegetariano encontra na sociedade? Sandra fala da falta de informação que se sente: “Por exemplo, se formos a um supermercado, são poucos os que têm opções vegetarianas. E mesmo se formos jantar fora, é um bocadinho mais complicado, apesar de agora já estar a mudar”. No entanto, é isso que motiva uma certa perspicácia alimentar e a manutenção de uma alimentação equilibrada a nível nutricional. “Ser vegetariana levou-me a recriar as receitas tradicionais”, refere Joana.
Acaba tudo por resumir-se ao seguinte: “mente sã, corpo são”. É o que defende Joana, quando diz ao JPN que “ser vegetariano ajuda a ter uma pele mais bonita e jovem, e isso agrada a qualquer mulher”. Na verdade, há quem veja neste estilo alimentar uma forma de se arranjar qualidade de vida, o que faz compensar a escolha. “Quando vou fazer análises, não há colesterol alto, não há triglicerídeos, não há nada disso. Não tenho tensão alta. Compensa ser vegetariana”, remata Sandra Campos. Para Joana Silva, a conclusão é simples: “Para mim, ser vegetariana não é fazer nenhum esforço. Fazer esforço seria ter de voltar a comer animais”.