“O estrangulamento financeiro a que as universidades estão a ser sujeitas pode comprometer a recuperação da economia local e nacional, condenando o país a baixos níveis de competitividade internacional, a um mercado de emprego exíguo e a graves problemas de coesão social”, afirmou, sem dúvidas, o reitor da Universidade do Porto (UP), Marques dos Santos.

O reitor garante ainda que “as universidades são fundamentais ao crescimento económico”, essenciais à amortização da dívida soberana e à diminuição do défice externo e do desemprego. Também a “cultura de inovação” sairá comprometida com o “desinvestimento crescente que se tem vindo a verificar no ensino superior e na ciência”, garante. E, afirma, é precisamente o contrário que deve acontecer: “há que criar uma verdadeira cultura de inovação, o que passa por recursos qualificados, gestão competente, conhecimento tecnológico, qualidade científica e intercâmbio internacional”, explicou.

Marques dos Santos chamou a atenção para as “inúmeras potencialidades” de Portugal

O reitor da maior universidade portuguesa acredita que para “ultrapassar as dificuldades do presente é necessária uma maior capacidade de mobilização dentro da sociedade”, sublinhando que Portugal “pode sair da crise em que se encontra desde que, com realismo e coragem, aproveite melhor os factores de desenvolvimento de que dispõe”.

A Universidade do Porto, pelo menos, tem “total abertura” para “colaborar com outros sectores da sociedade”, garantiu.

As declarações do reitor surgiram no âmbito da cerimónia de inauguração do 1.º Congresso Internacional “Ciência, Empreendedorismo e Empregabilidade”, na Biblioteca Almeida Garrett. O congresso é da organização da Fundação Porto Social, tutelada pela autarquia.