A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) foi nos últimos dias a anfitriã de mais uma edição da FEUP First Job (FFJ). A feira de emprego, que tem como objectivo criar o primeiro contacto entre empresas e estudantes finalistas, desperta um grande interesse tanto nos empregadores como nos potenciais empregados.

A opinião das empresas presentes na feira é unânime: escolhem a FEUP porque é uma faculdade bem colocada nos ranking’s nacionais e internacionais e estão interessados em jovens com vontade de crescer na profissão. Procuram todo o tipo de engenheiros, mas os alunos de Engenharia Mecânica são aqueles que parecem fazer mais falta.

Empresas procuram estudantes motivados pela profissão e não pelo salário

Mas os critérios de seleção são diferentes de empresa para empresa. A Xevlin, uma empresa holandesa, está precisamente à procura de engenheiros mecânicos. Aprecia especialmente os engenheiros portugueses e, neste momento, não esta à procura de pessoas motivadas exclusivamente pela economia ou pelo salário: querem colaboradores com empenho e vontade de evoluir.

A Karla Gonçalves e o José Jacinto seguem a filosofia da Xevlin. São finalistas e anseiam por um emprego em que gostem de trabalhar, que os motive. A Karla quer, acima de tudo, “aplicar aquilo que aprendeu durante os 5 anos de curso” e não se limitar a “assinar um documento que foi elaborado por outra pessoa”, explica a estudante.

Mas nem todos podem contar com uma vaga, já que algumas empresas têm critérios mais exigentes: as que preferem os empenhados exigem uma média superior a 14 valores; as que preferem os criativos exigem boas ideias para a tese de mestrado. A GALP é o exemplo de uma empresa exigente que, ainda assim, acaba por “recrutar 80% dos estagiários para as diversas instalações da empresa” (Sines, Lages e Matosinhos).

Já no caso da REN, a diretora de recursos humanos Inês Baptista, diz que “a vontade de evoluir é um factor decisivo” no processo de recrutamento, querem pessoas que “sabem ouvir mas que também têm uma voz crítica” em relação a todo o tipo de atividades. Para além dos estágios e dos trainee programs, a REN tem vindo a investir nos estágios de verão para alunos mais novos, de modo conhecer os estudantes desde cedo.

Estudantes também têm preferências

Mas nem só as empresas têm direito a escolher. Muitos estudantes sabem bem com que empresas gostariam de trabalhar, em função de determinadas características. Sílvia Cunha, por exemplo, quer uma oportunidade no Brasil, mais especificamente na área da Engenharia de Gestão Industrial. Já lá esteve a trabalhar, através do programa Inov Contacto e quer voltar. Apesar de saber que existe uma “procura muito grande em relação à oferta”, guarda no bolso aquela que pode ser a sua vantagem: um visto permanente.