Na página da Universidade do Porto (UP), assume-se que a instituição tem tantos museus quanto faculdades: são 14 no total.

Na Reitoria da Universidade, o Museu de História Natural (correspondentes aos anteriores núcleos museológicos da Faculdade de Ciências) funciona a meio gás. Das 4 salas, atualmente, existe uma aberta : a sala “Montenegro de Andrade”, de Mineralogia. Já a sala de Zoologia “Augusto Nobre”, fechou em Maio, tal como a sala de Paleontologia “Wenceslau de Lima” e a sala de Arqueologia e Antropologia “Mendes Corrêa” já haviam encerrado. “Não há espaço físico suficiente”, explicaram os responsáveis ao JPN. Restam as (incompletas) visitas virtuais.

Na Faculdade de Medicina, há o Museu de História da Medicina Maximiano Lemos. No site respetivo, a informação é clara: é composto por uma galeria de Arte e oito salas e situa-se no sexto piso do edifício comum à Faculdade e ao Hospital de São João, a noroeste. O JPN seguiu rigorosamente estas direções mas nem no edifício indicado nem nas novas instalações conseguiu chegar ao local, que era desconhecido também para seguranças, alunos e funcionários.

Museus “existem” sem um espaço físico que se possa visitar

O Núcleo Museológico da Faculdade de Farmácia encontra-se na mesma situação dos restantes. Ao que o JPN conseguiu apurar, é que há falta de condições necessárias para que o local físico destinado ao museu esteja apto a receber visitantes. O JPN tentou contactar o responsável pelo Museu, mas não obteve resposta. O mesmo acontece com o Museu da Faculdade de Desporto. Quanto ao Museu da Faculdade de Belas-Artes, o JPN não conseguiu visitar a sala de exposições temporárias por estar, na altura, a decorrer a montagem de uma exposição de estudantes de Mestrado. Ainda assim, Joana Cunha, assessora de comunicação da FBAUP, garante que a sala está reservada até meados de 2013 e estarão patentes exposições todos os meses, abertas ao público.

Na Faculdade de Engenharia (FEUP), o Museu de Engenharia corresponde a uma instalação em duas mesas no meio da Biblioteca: uma exposição temporária relativa às Pontes Portuguesas que não foi possível fotografar. Uma das responsáveis contou ao JPN que existe um Museu Virtual, mas que o acesso é muito condicionado. O conceito de museu, basicamente, é que “quando algum departamento de Engenharia tem algo para divulgar, expõe”. Da Fundação Instituto Arquiteto José Marques da Silva, da Casa-Museu Abel Salazar e do Centro de Documentação e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, o JPN também não obteve resposta.

O Jardim Botânico e a Casa Andresen não são propriamente museus da Universidade do Porto, mas albergam frequentemente exposições e iniciativas relacionadas, além de estarem na tutela da Faculdade de Ciências. Os dois estão atualmente ativos: o Jardim está aberto ao público em dias úteis e mantém um programa de visitas guiadas pagas. Na Casa Andresen está a decorrer até ao fim do ano a exposição “Insetos em Ordem”.

Problema não reside na falta de visitantes

Os visitantes parecem não ser o problema, e até há muitos interessados em conhecer melhor os museus da Universidade do Porto. Segundo a responsável pela sala de Mineralogia, na Reitoria, há muitos pedidos, quer de grupos escolares quer do público geral. “Desde Maio tivemos mais de 8 mil visitantes. Como temos o edifício aberto e é um edifício histórico, o público entra e depois é-lhe dito que há também um museu que pode visitar”, conta.

Notícia atualizada às 18h53