O interminável processo de carregar um vídeo nas redes wi-fi de acesso partilhado pode estar a chegar ao fim. A Streambolico, nascida na incubadora de empresas da Universidade do Porto, acabou de conquistar o prémio Concurso Nacional de Inovação do BES com uma nova tecnologia que quer aumentar em dez vezes o número de utilizadores para cada ponto de acesso.
A explicação é simples: atualmente, os pontos de acesso wi-fi só conseguem fornecer vídeos de alta qualidade a um número limitado de clientes, entre cinco a oito. Esta nova tecnologia permitirá inflacionar muito esse número: poderá chegar aos 50 a 80 utilizadores que acedem a um fluxo contínuo de dados em tempo real – e com qualidade [vídeo].
Como refere a empresa, “um exemplo clássico desta situação” é quando o acesso é feito através de smartphones, tablets e outros dispositivos portáteis. “Na maior parte dos casos, as falhas da conexão sem fios” provocam “interrupções indesejáveis”. Por isso, o grupo desenvolve e comercializa tecnologias de comunicação avançadas que pretendem precisamente maximizar a qualidade desse acesso a dados e conteúdos, quando utilizadas as redes sem fios.
Agora, o projeto tem tudo para dar certo, já que o prémio do BES lhes vai render 60 mil euros: 25 mil como prémio pecuniário, 10 mil para o apoio ao registo da patente e outros 25 mil para um estudo de viabilidade do negócio. Mas esta empresa também já não brinca em serviço: o pedido de patente internacional já foi submetido, já teve um cliente americano e agora quer alargar o mercado internacional, já que para o ano deve chegar ao português.
A Streambolico é composta por Paulo Oliveira e dois alunos da Universidade do Porto (UP): Diogo Ferreira da Faculdade de Engenharia e Rui Costa da Faculdade de Ciências. João Barros, investigador do Instituto de Telecomunicações e professor da Faculdade de Engenharia, assume a liderança do grupo.