Não se sabe se os chineses chegaram a ouvir as declarações de Paulo Futre, mas a verdade é que, se tudo correr dentro do previsto, é provável que, nos próximos tempos, venham “vir charters” de asiáticos interessados em perceber como é que a sua cidade será por volta de 2022.

Isto porque, mais ou menos daqui a dez anos, Anshun, uma cidade do Sudoeste da China, pretende ter um aspeto semelhante ao das metrópoles europeias. Até aqui tudo bem. No entanto, para contextualizar o artigo que dá conta da intenção desta terra com cerca de três milhões de habitantes, o jornal China Daily usou uma imagem da cidade do Porto.

O procedimento não foi inocente (não, não foi por causa de Paulo Futre nem das bem sucedidas épocas que passou no FC Porto). Na verdade, Anshun, com os seus 9267 quilómetros quadrados, assemelha-se bastante à cidade portuense. Sobretudo, no aspeto topográfico. Colinas e rios são alguns dos elementos naturais que a aproximam da versão nortenha, mas que ainda não estão adaptados da melhor forma para que a cidade seja tão reconhecida como é o Porto.

Segundo a notícia do China Daily, o objetivo de Anshun é “adotar um estilo mediterrânico”, em que até pode tirar partido da Huangguoshu, a maior queda de água da China. Até porque, com a aproximação a um visual mais europeu, um outro propósito da cidade é atrair os turistas europeus e, realmente, que maior atração que não as maiores cataratas do país?

Pensando melhor, só se for o parque de diversões de 60 hectares que está previsto ser construído na região. Ou uma praça de touros para seis mil espectadores. Ou então, o centro hípico que se prevê instalar na cidade, que envolve uma empresa de Leiria. Quem sabe se, no meio de tudo isto, Portugal não vá ter “comissão dos charters, dos hotéis, dos restaurantes, dos museus, etc., etc., etc.”, como dizia Paulo Futre.