Quando existe uma greve geral, é normal que muitos setores da sociedade parem. Na área dos media, não é algo muito habitual. Mas tendo em conta os cortes que vários órgãos de comunicação estão a sofrer, torna-se compreensível a proliferação de paragens e protestos.

Contudo, um grupo de profissionais ligado ao Sindicato de Jornalistas, decidiu marcar posição de forma diferente. Em suma, criaram um jornal online, chamado “Jornalismo”, precisamente para “noticiar a greve geral”, mas também para “dinamizar a Conferência dos Jornalistas”, marcada para dia 24.

“Este site é herdeiro do jornal em papel, com o mesmo nome, que em 1980 e 1983 foi criado e utilizado pelo Sindicato dos Jornalistas com o mesmo propósito”, explica Humberto Costa, um dos editores do “Jornalismo” e de quem partiu a ideia. “No fundo, o propósito era não só dar notícias da greve geral, mas, sobretudo, dar notícias do que se passa no mundo do jornalismo, e como os jornalistas encaram e participam na greve“, diz ao JPN.

Trata-se, na verdade, de um jornal de jornalistas para jornalistas. Até porque, além de Humberto Costa, a equipa do “Jornalismo” é constituída por quem quiser colaborar. “Se estivermos fixos, durante a manhã, temos seis jornalistas: um no Porto e cinco em Lisboa. Temos depois participações voluntárias que vêm de fora, que ainda não conseguimos contabilizar. Mais à frente, isso vai ser possível, porque todos assinam as suas peças”.

Quando Humberto Costa refere “mais à frente”, essa altura poderá ser uns dias depois da Conferência dos Jornalistas, visto que é até aí que o “Jornalismo” deve continuar ativo. “O jornal tem, obviamente, uma duração curta. Mas se, entretanto, os jornalistas que o criaram entenderem que é uma boa oportunidade para arrancar com um projeto, é uma hipótese que não está afastada”, refere.