Desde 2003 que o CDUP e a Universidade do Porto (UP) estavam de costas voltadas, devido a um conflito de interesses. A disputa começou porque a Reitoria se recusou a apoiar o desporto federado do clube, assim como em pagar os 100 mil euros de subsídio anual, por alegada má gestão de recursos e a promoção do elitismo no desporto universitário. “Éramos confrontados com queixas desta natureza”, disse ao JPN, em 2006, Manuel Janeira, pró-reitor da UP.

Já o CDUP, tendo em conta a situação, reclamava o pagamento dos valores em falta e insistia na manutenção do modelo desportivo que funcionou até aí. Em 2005, o vice-presidente do Centro Desportivo da Universidade do Porto, João Silva, esclarecia: “Nós continuamos a cumprir, ainda que com dificuldades, o protocolo que temos com a reitoria da UP. Quem está em falta é a reitoria” – devido à falta de pagamento do subsídio.

O processo, ao longo dos anos, teve vários avanços e recuos. Foram muitas as notícias que anunciaram um “final feliz“, mas ele nunca chegou. Temeu-se ainda o fim do CDUP e, na altura, Luís Álvares Ribeiro, que foi o último presidente a exercer funções no Centro (desde que a Reitoria deixou de indicar um nome para o cargo), disse mesmo que “o que a equipa reitoral pretende é o fim do CDUP. Aliás, tem dado todos os passos nesse sentido”.

Hoje, é o próprio que, tendo acompanhado todo o processo, confirmou que as duas partes chegaram finalmente a um entendimento. Nove anos depois, as duas instituições acabam com a disputa judicial, permitindo assim a requalificação do estádio universitário – que está abandonado deste então – e a criação de uma entidade própria para gerir o desporto académico.