“A primeira reação que tive foi rir-me. Fartei-me de rir, porque é engraçado…”. José Alberto Pinto, realizador do documentário “Antero”, achou piada à notícia que recebeu sobre a distinção do seu filme no Festival de curtas-metragens de Namur, na Bélgica. Mais não fosse por ter ganho na categoria OVNI (Objetos Visuais Não Identificados): “Acho que tem tudo a ver com o filme”, confessa ao JPN.

“Antero” tem como protagonista um lavrador de Paredes de Coura, personagem que dá o nome ao documentário. “O filme é um bocadinho OVNI, porque o Antero também o é, dentro do contexto agrícola dele, na aldeia. Além disso, a construção narrativa, visual e sonora do filme, também acaba por contribuir para esse sentido do filme”, explica José Alberto Pinto.

O também professor da Faculdade de Belas Artes e do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Porto, já tinha, em abril/maio, marcado presença no festival IndieLisboa (ver vídeo em baixo) com o mesmo documentário e, desde então, o reconhecimento do filme não tem abrandado.

“Antero”

José Alberto Pinto faz uma sinopse de “Antero”

“Antero” vai a Paris

Ainda assim, quem não continua com o mesmo vigor do documentário é a personagem principal, Antero. “Já há dois anos que está muito mal de saúde. Entretanto, também vou ligar para eles para dar a novidade. Mas há pouco tempo, pouco depois do Indie, já era complicado visitá-lo”.

O prémio do Festival de curtas-metragens de Namur, que, em parte, também pertence a Antero, vai possibilitar a José Alberto Pinto ser entrevistado no contexto do festival – que comemora, este ano, o seu 40.º aniversário -, e ainda inclui a projeção do filme numa sessão do Studio des Ursulines, em Paris.

Coincidência ou não, a verdade é que, “de repente”, a capital francesa “aparece, assim, no mapa, em força”. Isto porque um outro festival de cinema, a decorrer em dezembro, em Paris, também selecionou “Antero” para todos os visitantes verem.