Gritos de luta, cartazes originais e denúncias de problemas como a fome e a impossibilidade de estudar marcaram a manifestação do ensino superior, a 22 de novembro.

O encontro, organizado por quinze Associações de Estudantes de Unidades Orgânicas das várias Universidades do país, teve como ponto de encontro o relvado do Parque Eduardo VII, junto à rotunda do Marquês. O destino: a Assembleia da República.

O fim do aumento das propinas, a reposição do Passe Escolar e a necessidade de maior justiça na atribuição de bolsas e de um maior financiamento ao Ensino Superior foram as principais razões pelas quais se debateram os alunos universitários.

José Miranda, da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (AEFLUP) – uma das AE’s organizadoras – acha “importante haver um protesto nacional com todos os estudantes”, já que todos “vão ser afetados no próximo ano por um Orçamento de Estado que asfixia ainda mais o funcionamento das Instituições”.

O estudante diz ainda que “o novo OE exclui ativamente os estudantes do Ensino Superior” e “é essencial haver uma sensibilidade por parte do governo para perceber que estas políticas não são viáveis para um Ensino Público aberto a toda gente”.

Pedro Coelho, da Universidade Nova de Lisboa (UNL), acha que “algo tem que ser corrigido a partir do momento em que há pessoas a ficar de fora do ensino superior por não terem dinheiro para o pagar”, explicando que as “pessoas que têm inteligência, que têm talento, que se esforçaram durante muitos anos para conseguirem entrar no ensino superior chegam a uma altura da sua vida que se veem privados desse direito”, remata.

Pedro Coelho é um dos estudantes envolvidos na organização e considera que “a adesão à manifestação foi positiva” tendo em conta “o contexto pouco favorável, visto que as Federações Académicas do Porto, Coimbra e Lisboa não estarem hoje connosco é um fator negativo”. O “grande número de estudantes que aqui temos hoje” mostra que os “estudantes, a nível individual, também se reúnem e vêm mostrar a sua indignação”.