Depois da experiência enquanto secretário de Estado da Saúde no governo de José Sócrates, Manuel Pizarro candidata-se nas autárquicas de 2013 para o Porto com duas razões: uma emocional e outra racional.

A paixão pela cidade e a tentativa de recuperar uma cidade que considera estar “apática” foram as razões que o levaram candidatar-se. A defesa da cultura portuense é um tema essencial para o candidato do Partido Socialista. A dinamização de instituições como a Fundação de Serralves, a Casa da Música e o Teatro Rivoli “são fundamentais para dar uma visão cosmopolita e atraente para atrair a oferta turística”, garante.

Para Pizarro, também a degradação urbana é algo alvo de preocupação e um flagelo que apenas pode ser ultrapassado com investimento público – e não só privado, defende. Desta forma, considera ser urgente definir prioridades para se filtrar os apoios naquilo que é mais urgente para o Porto. Apesar de defender a gestão cuidadosa de Rui Rio, Manuel Pizarro defende uma maior ambição para os destinos da cidade. Para o socialista, a cidade poderia ter um pouco mais de dívida mas recuperar os sítios emblemáticos da cidade.

“Olho para as pessoas como cidadãos, que quero usar para um Porto mais participativo”

Ainda assim, a gestão criteriosa do dinheiro da cidade é fundamental. Para o socialista, a transparência e o rigor da autarquia devem estar sempre presentes na governação. Para isso, chama os cidadãos a uma permanente avaliação ao trabalho efetuado pelos políticos da cidade invicta. Para o candidato à câmara do Porto, é fundamental que os cidadãos se unem na vida política da cidade: “Não ignoro que estou em eleições, mas olho para as pessoas sobretudo como cidadãos que quero usar para um Porto mais participativo”, refere.

A curto prazo, o candidato considera ainda essencial dinamizar a economia da cidade e o investimento. Para Pizarro, é necessário criar emprego, atrair o turismo e os moradores para tornar a cidade Invicta num sítio mais bonito, e que possa cativar investidores que originem crescimento económico num período curto. A ligação com as instituições da cidade, como a Universidade do Porto (UP) e a Santa Casa da Misericórdia (SCMP) são fundamentais, não apenas para a cidade do Porto.

“Temos condições para dialogar com as principais metrópoles europeias”

Manuel Pizarro defendeu ainda o fim do centralismo nacional, já que são os interesses da cidade que estão em jogo: “É essencial fazer um discurso regionalista, mas que não revele bairrismo. Temos condições para dialogar com as principais metrópoles europeias e por isso temos de gerar recursos para termos equidade social e uma cidade atrativa em termos económicos”, afirma.

Quanto ao seu adversário, Luís Filipe Menezes, considera que deve existir uma mudança de rumo e que os portuenses devem punir o governo PSD que tem cometido “erros graves” na cidade do Porto. Numa clara referência ao adversário do PSD, Manuel Pizarro aproveitou para frisar que não se candidata ao Porto como uma segunda opção e para se manter na vida política. Com um discurso virado para os cidadãos e a relação que deseja manter com eles, Manuel Pizarro está convicto que pode ganhar as eleições e espera “que os cidadãos portuenses se identifiquem” com a sua “forma de fazer política”.