Vanessa está no 3.º ano de Ciências da Computação, na Universidade do Minho (UM). Há algum tempo que chegou à conclusão que trabalhar era imprescindível para continuar a estudar e terminar a licenciatura. Durante este ano, percebeu que a UM recrutava estudantes como auxiliares no campus da faculdade e após alguma consideração, candidatou-se.

Regulamento

Segundo o Regulamento de Colaboração de Estudantes da Universidade do Minho é dada prioridade aos estudantes economicamente mais carenciados, para a realização destas tarefas. Não prejudica as actividades escolares nem a aprendizagem dos estudantes, e, por isso, a colaboração não deve exceder cinco horas por dia e o máximo de 20 horas por semana. Esta medida permite ainda a rotatividade dos estudantes abrangidos. Este limite só pode ser ultrapassado com autorização do reitor.

O processo de colocações, desde logo, foi muito simples: basta a candidatura e uma boa carta de motivação. A universidade leva as candidaturas em conta e ainda tenta manter sempre uma boa relação com os estudantes. Vanessa começou por responder “a um questionário sobre as horas que tinha disponíveis e a preferência quanto ao trabalho a desempenhar”. Preferia a biblioteca, mas acabou na cantina.

Agora, é auxiliar na cantina do campus de Gualtar e ajuda com a tarefa de servir a comida aos colegas. “Prefiro trabalhar dentro da própria universidade e ter a segurança de ser um local ‘sério’ do que trabalhar num estabelecimento qualquer em que posso ser despedida a qualquer altura”, conta Vanessa, que trabalha uma média de seis horas semanais, pagas a três euros cada uma.

O horário flexível permite que, em algumas semanas, Vanessa consiga trabalhar mais horas e portanto, ganhar mais dinheiro. Mas o salário não é tudo: além do pagamento mensal, a universidade permite que os colaboradores façam as refeições de graça antes de começarem a trabalhar. “O simples facto de almoçar e jantar de graça é uma grande ajuda. Cada hora que trabalho acaba por valer mais do que os 3€ estipulados”, explica a estudante.

O que é certo é que no Minho o sistema de contratar alunos como colaboradores funciona e é visto por muitos como uma oportunidade estável de manter o rendimento equilibrado e uma alternativa ao abandono do ensino superior por falta de dinheiro.