Há 12 anos que a Universidade Fernando Pessoa (UFP) espera pela aprovação do Mestrado integrado em Medicina. Agora, Salvato Trigo, reitor da UFP, acredita que estão reunidos “todos os recursos” para “abrir um cuso de Medicina”. A inauguração do Hospital-Escola, em Gondomar, reforçou a convicção do reitor que diz que a decisão de avançar com o Mestrado está apenas dependente de uma “questão política”. “Falta apenas a autorização do Ministério da Educação e Ciência”, refere.

Tal como esta, diz o reitor, existem outras iniciativas “que têm reunidas condições de qualidade” mas que não avançam devido ao “preconceito contra o ensino privado e o imobilismo doutrinário”. Desde 2000 que a Universidade Fernando Pessoa se candidata à abertura de um curso de Medicina, mas as propostas apresentaram sempre “resultados negativos”. Mesmo que a instituição, garante Salvato Trigo, tenha vindo “a corrigir as deficiências apontadas” pela avaliação.

O Mestrado Integrado em Medicina proposto pela UFP tem como objetivo “o mercado internacional”, devendo ser lecionado em português e inglês. Logo no primeiro ano, os estudantes vão ter “contacto com ambientes hospitalares”. Agora, através do Hospital-Escola.

Hospital-Escola quer estar disponível para a comunidade

Este é o primeiro hospital-escola do país e custou cerca de 50 milhões de euros. Durante a inauguração, Salvato Trigo propôs ao Ministro da Saúde “permitir aos gondomarenses, especialmente aos mais necessitados e aos mais idosos, usar o Hospital-Escola como se de uma unidade do Serviço Nacional de Saúde se tratasse”. “Nós estamos disponíveis para faturar ao Estado por ato clínico a preço inferior àquele que o Estado transfere para as suas próprias unidades de saúde”, garantiu.

“Os gondomarenses não vão aceitar mais, depois de terem aqui este hospital, deslocarem-se para o Porto”, apoiou Valentim Loureiro. Já Paulo Macedo limitou-se a sublinhar que o Hospital-Escola é um “projeto privado construído com base na sociedade civil e não necessitando do tradicional apoio do Estado”.

Segundo o presidente da fundação, o Hospital-Escola dispõe de todas as valências médicas e de cuidados primários à exceção da cirurgia cardiotorácica e da cirurgia neurológica. Inicialmente, a instituição permitirá a criação de 250 postos de trabalho, subindo o número para 500 quando o hospital estiver em pleno funcionamento.