Em apenas uma hora, são centenas as notícias colocadas online que nos invadem feeds e listas de leitura. A imensa quantidade de informação acaba por não ser digerida e muita se perde entretanto, já que os leitores são obrigados a optarem apenas pelas informação que lhes interessa realmente.

A Breadcrumbs quer facilitar este processo. A aplicação, ou rede social, possibilita aos utilizadores escolherem e guardarem as melhores notícias – ou parte delas – dos vários sites noticiosos. Esta seleção cria uma “biblioteca” online no perfil pessoal do utilizador que, além de guardar as notícias, ainda recomenda artigos relacionados ou de temas similares. Os utilizadores podem ainda relacionar-se entre si, seguindo as notícias uns dos outros.

O objetivo é otimizar o consumo de notícias

Tecnicamente falando, o objetivo deste projeto, desenvolvido na Universidade do Porto (UP), passa pela criação de “um sistema híbrido que permita otimizar o consumo de notícias”: quer guardando as que despertam mais interesse, quer tornando o utilizador alvo de recomendações personalizadas. Ao contrário de sistemas já existentes, como o del.icio.us ou o digg, o Breadcrumbs é intuitivo e usa a tecnologia acessível do “drag-and-drop” [arrastar e largar].

A Breadcrumbs recorre ao “hábito antigo de recortar as notícias que queremos guardar”, explica Álvaro Figueira, o investigador responsável pelo projeto – apresentado hoje (em protótipo) no III Congresso Internacional de Ciberjornalismo (IIICOBCIBER). A tecnologia “relaciona o leitor, a notícia e o interesse por guardar aquela informação”, conta o investigador, Para além disso, “permite encontrar informação semanticamente sem que haja referência direta ao tema”.

O projeto está a ser desenvolvido há dois anos, subordinado ao tema “The Future of News”, pelo Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (INESC TEC/CRACS), coordenado pelo INESC Porto. Nasceu no âmbito do programa Doutoral em Medias Digitais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em parceria com a UT Austin, e é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Atualmente, está na fase final de testes de usabilidade e prevê-se que a rede social possa ser aberta ao público no primeiro trimestre de 2013.