Soltem a música e o fogo-de-artifício, vistam roupas brilhantes e encham os copos, que daqui a bocadinho é preciso estudar. A verdade é que, por estes dias, este é, muito provavelmente, o pensamento de vários jovens universitários.

A razão é simples: o novo ano que se avizinha já permite vislumbrar os tempos difíceis que começam logo nos dias a seguir à contagem decrescente. Os exames, temidos pela maior parte dos académicos, vêm aí e quase não dão tempo para engolir o champanhe.

“Lá se foram as férias”, pensou Daniela Ferreira, aluna da Escola Superior de Tecnologias da Saúde (ESTSP), quando soube do calendário de exames. Para a noite de passagem de ano ainda não tem planos, mas será mais curta do que o normal e o brinde com o copo, mais vazio.

“Resolução de ano novo? Essa é fácil…”

Há ainda quem não lhe chame férias. Wilson Silva, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), com exame de Eletromagnetismo no dia 3 de janeiro, considera que as semanas sem aulas não têm sido tempos nem de férias, nem de estudo. “O saber que grande parte da nota é decidida por exames não deixa usufruir plenamente do descanso. Não são férias. São semanas de preparação para os exames”, diz o estudante de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, que recebeu, “com raiva e admiração”, o calendário de exames.

O seu colega de curso, Pedro Aguiar, encara a prova como um fado a que um aluno universitário, com o tempo, já se habituou. “Já não estamos no secundário”, desabafa o estudante, que ainda deu graças pela prova ter sido adiada das 9h do dia 2 de janeiro para as 17h do dia 3. “Caso não o tivessem feito, provavelmente não iria sair de casa na passagem de ano. Assim, ainda vou tentar combinar algo com os meus amigos”.

A véspera e o dia de Natal significaram folgas no estudo de alguns estudantes, que veem agora o aproximar do final de ano com um misto de emoções. As 12 passas vão estar em cima da mesa e a primeira, para muitos, já tem desejo reservado: sucesso académico.