Mário Dorminsky, diretor do festival, explica que a persistência do Fantasporto passa muito pela forma como se afirma o festival. “Quando a marca tem qualidade, tem uma boa imagem e é mediática, a coisa funciona. No caso do Fantasporto não temos razão de queixa”, garante. Não fosse o Fantasporto o maior festival do cinema do norte. Há 32 anos que delicia audiências entusiásticas.

Fantasporto 2013

O programa da edição de 2013 estará disponível a partir de 21 de janeiro. O bilhete normal tem o custo de cinco euros, o bilhete para a sessão de abertura e sessão de encerramento custa seis euros e o livre-trânsito tem o preço de 80 euros. Já estão à venda na bilheteira online e no Rivoli, só a partir de 24 de Janeiro.

Ainda assim, a direção do festival não ignora a atual situação dos portugueses e, para prevenir o esvaziamento de salas, utilizou alguns truques. “O ano passado [o festival] encheu apesar da crise. Este ano tivemos o cuidado de, pela primeira vez ao longo de 32 anos, adiar uma semana o festival, com o objectivo de começar [as competições internacionais] dia 1, dia em que as pessoas têm dinheiro no bolso”, explica.

A 33.ª edição do Fantasporto decorre de 25 de fevereiro a 10 de março no Rivoli, no Porto. Nesta edição haverá quatro secções oficiais, de cinema fantástico, a semana dos realizadores, a Orient Express e Cinema Português. Além destas, haverá um concurso entre escolas de cinema e uma secção não oficial, a Anima-te, com Anime e Porto em Curtas. Os filmes premiados durante o festival serão exibidos a 10 de março.

É nos festivais que “os filmes portugueses têm tido um grande impacto”

Sem descurar a importância dos filmes chamados «comerciais», Dorminsky diz que há mais para além de Hollywood. “O público em geral quer ler a Alice Vieira, diz que lê Saramago, mas não lê, e qualquer outro autor, a não ser que seja mediático é esquecido. É como as salas de cinema, só querem filmes que sabem que se vendem. Os portugueses são um povo manifestamente inculto, e porque é que o são? Começa pela questão da educação”, sublinha.

O director do Fantasporto destaca ainda a importância dos festivais de cinema: “Não há nenhum circuito paralelo em Portugal como existe, por exemplo, nos Estados Unidos, que é um circuito universitário, que leva a que os filmes fora daquilo que é o filme, entre aspas, dito comercial. Por exemplo, a FOX tem uma subcompanhia chamada Fox Searchlight. O que é a Fox Searchlight? É cinema de autor made in states. [Em Portugal] São os festivais. E aí os filmes portugueses têm tido um grande impacto desde sempre”.