As pessoas infetadas pelo VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) que recebem um tratamento adequado à doença, mas que são fumadoras, perdem mais anos de vida por causa do tabaco do que por causa do vírus da SIDA. Esta é a conclusão de um estudo dinamarquês, recentemente publicado na revista “Clinical Infectious Diseases“.

Levada a cabo entre 1995 e 2010, período em que acompanhou cerca de 3 mil pacientes seropositivos dinamarqueses, a investigação concluiu que um infetado com VIH de 35 anos, que não fume, tem a probabilidade de viver até aos 78 anos, enquanto que é provável que um que fume venha a morrer antes dos 63 anos.

Depois de chegarem a esta conclusão, os investigadores propuseram-se a comparar os doentes seropositivos analisados com 10.642 dinamarqueses seronegativos das mesmas idades e sexos. Daqui concluíram que a condição de fumador torna-se muito mais letal quando se está infetado pelo VIH, já que, dos resultados obtidos, comprovou-se que o risco de morte, em idade jovem, derivado de doenças do tabagismo (cancro, doenças cardíacas, etc.), era muito mais elevado do que em pessoas não infetadas.

No passado mês de dezembro, comemorou-se o Dia Mundial da luta contra a SIDA. Desde a década de 80, foram registados, em Portugal, 42.350 casos de infeção por VIH. Nos últimos cinco anos, surgiram dez mil novos infetados.