O estudo internacional “Asma e alergias na infância”, levado a cabo nas Universidades de Auckland, na Nova Zelândia e de Nottingham, na Inglaterra, decidiu perceber se a fast-food tinha algum contributo no agravamento das doenças respiratórias e alérgicas. Publicado na revista científica internacional “Thorax“, não revela resultados animadores.

Inquiridos

Os investigadores analisaram os padrões de alimentação de mais de 500 mil crianças, de 80 países diferentes. Os inquéritos foram aplicados a pré-adolescentes, com idades a rondar os 13, 14 anos, e aos pais de crianças com idades entre os seis e os sete anos. Entre as questões sublinhavam-se aquelas referentes a sintomas como nariz entupido, olhos irritados e lacrimejantes ou ainda eczema.

Segundo as conclusões do trabalho, a fast-food, quando consumida com regularidade (pelo menos três vezes por semana) aumenta as possibilidades de se desenvolver doenças como asma, irritações oculares e nas vias respiratórias ou ainda rinite. Estas probabilidades aumentam na pré-adolescência – o risco de asma aumenta 39 por cento – e aos seis, sete anos de idade – aumenta 27 por cento.

Para além da obesidade, dos riscos cardiovasculares, do colesterol e de outras consequências do consumo abusivo da chamada “comida de plástico”, há ainda que ter consciência deste perigo de desenvolvimento de doenças alérgicas. A culpa é dos ácidos gordos, pouco saudáveis, que aumentam o processo inflamatório no organismo, contribuindo para o desenvolvimento de alergias. O facto desta comida poder afetar ainda o sistema imunitário, segundo estudos anteriores, não ajuda à proteção do organismo.

Comer fruta tem efeito oposto

Mas ainda que a fast-food esteja diretamente relacionada com estes sintomas, outros alimentos foram colocados na “lista negra”. Leite de vaca, ovos, peixe, leveduras e frutos secos também podem potenciar o agravamento das alergias referidas. Por outro lado, a fruta tem o efeito contrário: o seu consumo regular reduz os riscos (ou sintomas) entre 11 a 14 por cento.

Hywel Williams, um dos cientistas envolvidos no projeto, garante que “este é o maior estudo até à data sobre alergias em pessoas jovens em todo o mundo e os resultados são notavelmente consistentes em todo o mundo”. Para além disso, “estes resultados têm grandes implicações na saúde pública”, já que, como sublinha o investigador, “estas doenças alérgicas parecem estar a aumentar ao mesmo ritmo que a comida fast food se torna cada vez mais popular”.