Quando Manuel Violas, diretor do grupo Solverde, falou com o JPN sobre a situação dos casinos, andavam “todos a lutar e a tentar” chegar a um acordo com o Estado. Dizia que os responsáveis pelos casinos queriam “falar com o governo”, por causa de “uma cláusula nos contratos (de exclusividade de jogo), que se altera consoante as circunstâncias enconómicas”.

A questão é que na altura, – e agora -, os casinos portugueses estavam – e estão – em crise. Mas, até hoje, o Governo não deu resposta à luta dos empresários e eles decidiram ir mais longe. Deixaram de pagar a contribuição tributária e colocaram o Estado em tribunal, já que os impostos que pagam são cada vez mais superiores às receitas.

Quebras

Em média, os casinos pagam cerca de 50% das suas receitas brutas em impostos e, nos últimos cinco anos, as salas de jogo têm vindo fortes quebras, não só devido à crise mas também ao jogo online e ilegal. Só em 2008 a 2012, as receitas dos casinos caíram 28,16%, o que se traduz numa perda de 113,5 milhões de euros.

“O decréscimo das receitas tem sido uma constante”

Manuel Violas garante que os casinos Solverde não se encontram em “dias sorridentes” e contraria a ideia de que o jogo se alimenta dos momentos de crise. “Sendo um negócio que depende 80% a 90% do mercado interno, é obvio que se vê afetado nas suas receitas. O decréscimo nas receitas tem sido constante nos últimos três, quatro anos”, sublinha.

Segundo dados do Diário Económico, este grupo – responsável pela gestão de 5 dos 10 casinos portugueses -, apresentou em 2012 o triplo dos prejuízos de 2011. A falta de controlo, por parte do Estado, sobre o jogo online é uma das justificações que Manuel Violas encontra. “Nos últimos 10 anos existem jogos de casino online que são uma grande concorrência para nós e que o Estado ainda não se dedicou a atribuir exclusivamente aos casinos, que poderiam aproveitar e controlar certas situações, como a idade dos jogadores”, explica.

Em conferência de imprensa, o presidente da Associação Portuguesa de Casinos, Jorge Armindo, esclarece que as empresas não pedem “o fim do imposto”, mas ajuda no “reequilíbrio económico-financeiro das concessões”, através, por exemplo, da “regulamentação do jogo online” e o “reforço da fiscalização do jogo ilegal”.

Jorge Armindo diz mesmo que, a manter-se o atual enquadramento, “o negócio dos casinos é um negócio em risco”.