A Assembleia da República já era conhecedora da intenção que a Câmara do Porto (CMP) tem de intervir no Bolhão e, agora, o Governo foi notificado, oficialmente, pelo órgão, para a necessidade de garantir “uma taxa máxima de co-financiamento” junto da Comissão Europeia, no sentido de que as obras no célebre mercado portuense iniciem.

A recomendação da Assembleia da República ganhou caráter oficial a partir do momento em que, esta quinta-feira, foi publicada em “Diário da República”. O documento chama atenção para as “medidas urgentes” que têm de ser tomadas, para que a recuperação do Bolhão “seja considerada elegível para financiamento comunitário”. É um assunto que deve tornar-se “prioritário” para o Governo, pode ler-se [PDF].

Em dezembro, Rui Rio afirmara que, com os 735 mil euros que o orçamento autárquico para 2013 prevê para o Bolhão, só seria capaz de “lavar a cara” ao mercado. Na verdade, trata-se de uma verba que só será usada se a Câmara do Porto não conseguir garantir o financiamento dos fundos comunitários que, agora, prepara-se para ser forçado pelo Governo.

Recorde-se que o Mercado do Bolhão tem sido alvo de várias considerações pelos candidatos à CMP. No fim de novembro, Manuel Pizarro, candidato do Partido Socialista (PS), afirmou que, se for eleito, recupera o Bolhão até 2015. Poucos dias depois, foi a vez de Luís Filipe Menezes, candidato do Partido Social Democrata (PSD), prometer que, caso vença as eleições, restaura o mercado no primeiro ano do mandato.