“Sizígia” passa-se na Piscina das Marés e a narrativa é conduzida pela personagem principal, responsável pelo espaço quando este está fechado. É à medida que realiza as suas funções que se cria um pretexto para mostrar ao espectador as instalações do edifício.

“As imagens em movimento” servem “não apenas como um método de representação da arquitectura, mas como um processo de investigação do espaço”, explicam em comunicado. Esta nova forma de contar uma história e de “mostrar” a arquitetura valeu um prémio à curta-metragem de Luís Urbano, professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP).

Foi no Festival de Curtas-metragens de Clermont-Ferrand, em França, que o filme conquistou, esta segunda-feira, o Prémio Especial do Júri. Este é o “mais importante” festival francês de curtas-metragens (este ano atingiu 150 mil espectadores, só ultrapassado por Cannes) e esta é também a primeira vez que um trabalho português é premiado. Sigízia concorria com outros 30 filmes, na sua categoria, dos mais de seis mil que se candidataram ao festival.

Portugal no Festival

Portugal concorreu com 105 filmes mas “apenas três foram seleccionados” para o evento: a curta em questão, “Os Vivos Também Choram”, de Basil da Cunha e “KALI – O Pequeno Vampiro”, de Regina Pessoa.

A curta-metragem do professor, arquiteto e cineasta nasceu no âmbito do projeto académico “Ruptura Silenciosa – Intersecções entre a Arquitectura e o Cinema. Portugal 1960-74″, que estuda a proximidade entre os movimentos de renovação no cinema e na arquitectura. Durante este festival, a obra foi vista por cerca de 1500 pessoas.

Já em 2012, “Sizígia” tinha sido considerada a melhor na categoria de ficção internacional, durante o Arquitectura Film Festival, que decorreu entre 18 e 21 de outubro em Santiago do Chile e contou com cerca de 100 participações.