O amor de Hugo Agra Santos por jogar à bola começou em criança, muito antes de sequer pensar que aquela pequena esfera viria a fazer parte do seu emprego. Antes do futsal até tentou jogar futebol no desporto escolar, mas “o vício de jogar em espaços pequenos como a rua ou dentro de casa falou mais alto. Não tinha habilidade para jogar em terrenos grandes”. “Era o futsal que me dava prazer”, conta o jovem de 27 anos.

Natural de Viana do Castelo, foi lá que Hugo deu os primeiros passos no futsal. Os anos passaram e foi mudando de campeonato, até que chegou ao Nogueirense Futsal. “Enquanto jogava no Nogueirense, terminei os meus estudos secundários e superiores e nem sempre tive bons resultados, porque o futsal exigia muito de mim. O tempo era reduzido e tinha um grande desgaste físico”, explica o vianense, ressalvando, porém, que foi um sacrifício justificado pelo amor ao desporto.

Campeão chinês

Com a ajuda de Hugo, o Gu Guang Ming sagrou-se campeão da GDF League

Alguns anos mais tarde, já como jogador profissional do Viseu Futsal, recebeu uma proposta que foi, literalmente, um “negócio da China”. Convidaram-no para jogar pelo Gu Guang Ming, da liga chinesa. Aceitou.

Hugo explica que a mudança para a Ásia foi uma experiência única, quer na cultura quer na realidade desportiva. Foi algo que “demorou e custou, tive que me habituar a várias mudanças, até na gastronomia. Experimentei sopa de gato e carne de cão”. Para não falar “nas longas e várias viagens para as competições. Percorri 6 mil quilómetros, divididos entre TGV e avião, em apenas um fim de semana”, revela o atleta.

De volta à Europa

Mas, ironia das ironias, foi depois de dar uma entrevista a uma rádio, a explicar a experiência na China, que surgiu o convite para jogar no Sporting Club de Paris, atual campeão nacional francês. A proposta para jogar na UEFA CUP foi cativante o suficiente para Hugo deixar o número 4 da equipa chinesa e passar a vestir o número 9 do SCP.

Quando compara o SCP com o Gu Guang Ming, e o campeonato europeu ao asiático, Hugo diz que “é uma realidade diferente, mas com ambições altas, porque a equipa francesa não perde há mais de 100 jogos”. E, apesar de existirem sempre aspetos negativos nas aventuras “fora de portas”, Hugo Agra Santos não hesita em referir o que de melhor lhe tem trazido esta experiência: “Evoluí como jogador e como ser humano”.