O Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab) nasceu em 2008, na Universidade de Aveiro (UA), no âmbito de uma parceira entre três instituições de ensino superior: a de Aveiro, a Universidade do Porto (UP) e a Universidade de Coimbra (UC).

A partir de hoje, no entanto, o SexLab mudou de morada. Sob o pretexto de “melhores condições de investigação” e “maior proximidade com uma das áreas metropolitanas mais populosas do país”, habita agora a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).

Rede SexLab

Este Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana integra ainda a rede internacional SexLab (coordenada por Erick Janssen do Instituto Kinsey, nos Estados Unidos), que é composta por apenas 11 laboratórios especializados nesta área, em todo o mundo.

Coordenado pelo investigador Pedro Nobre, o laboratório conta atualmente com dez investigadores e é único no país.Com esta mudança, pretende aumentar a sua intervenção social – quer ao nível da investigação quer ao nível do apoio clínico. Assim, talvez se torne também mais fácil captar voluntários, já que esse tem sido um dos maiores problemas do SexLab.

A garantia – ou não – de que foi uma escolha acertada poderá estar eminente: no seguimento da comemoração do Dia Europeu de Saúde Sexual (14 de fevereiro), o SexLab lançou dois estudos inovadores, para os quais vão necessitar de voluntários entre os 18 e os 50 anos. O foco de investigação é a disfunção eréctil, que segundo um estudo do laboratório, em 2012, afeta 10% da população masculina.

Anonimato e privacidade garantidos aos voluntários

O objetivo do primeiro é compreender as causas psicológicas da disfunção eréctil – da personalidade às crenças, pensamentos e emoções – através da comparação da resposta a estímulos sexuais (como filmes) de homens com e sem problemas. Já o segundo, quer dar resposta a estes problemas, testando o efeito de um tratamento – a terapia cognitivo-comportamental – já usado com sucesso numa grande diversidade de problemas emocionais.

Voluntários

Os possíveis voluntários podem candidatar-se já a partir desta quinta-feira, através do e-mail [email protected]. A equipa de investigadores avalirá depois os candidatos, através de uma entrevista telefónica, para perceber “se reúnem os requisitos”.

Pedro Nobre garante haverá “um grande cuidado com as questões do anonimato e também da privacidade”, sendo que “em momento algum há observação direta ou contacto” com o voluntário, que estará numa “sala experimental, separada da sala dos investigadores”. Para além disso, a participação rende não só um vale no valor de 30 euros como três meses do tratamento, completamente gratuito.

Os dois estudos, financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), permitirão compreender melhor as causas e os possíveis tratamentos da disfunção eréctil, “um problema vivido habitualmente com grande ansiedade e com grande interferência na vida dos homens que dele sofrem”, conta Pedro Nobre, à Lusa.