“Os preparativos estão a correr bastante bem. A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) tem sido incansável e a Sociedade de Debates da Universidade do Porto (SDDUP), nossa parceira neste evento, tem também sido bastante prestável”, disse ao JPN Mónica Leal, uma das head-organisers da sessão, que está pela primeira vez à frente de um evento do género.

Segundo a organização, a adesão registada até ao momento, apesar de reduzida, está dentro do esperado. “Neste momento temos inscrições de alunos da Universidade Nova de Lisboa, para além de inscrições de várias Faculdades do Porto e da UP.” Contudo, o presidente do Fórum, João Gonçalves, não compreende o número reduzido de inscrições. “Estamos a falar de um evento onde se vão discutir temas de cariz importantíssimo para os estudantes e para a comunidade europeia”, sublinha.

O ambiente é semelhante a um plenário da União Europeia e incorpora uma sessão de Teambuilding, “uma série de jogos que prometem criar uma dinâmica de grupo interessantíssima entre pessoas que, geralmente, não se conhecem de lado nenhum.” Segundo o PEJista, como se descreve, esta sessão “oferecerá uma experiência inesquecível a todos os participantes e oportunidades como esta são raríssimas. A adesão dos estudantes é importantíssima, e quem se inscrever só tem a ganhar.”

Há 26 anos a discutir a Europa

Fundado no ano de 1987, em França, o PEJ surge como um projecto independente e apartidário que pretende desenvolver nos estudantes do ensino secundário e superior uma consciência europeia, através do debate político (com recriações de plenários do Parlamento Europeu), de encontros interculturais e da partilha de ideias. Cerca de 20 mil jovens participam, todos os anos, nos 120 eventos levados a cabo por esta plataforma nos mais de 30 países onde funciona. Em Portugal, a APPEJ está activa desde 1989 com presença nos 18 distritos do País.

Em debate no IV Fórum Universitário estarão dois temas directamente relacionados com a universidade: o processo de Bolonha e a temática das propinas. No entanto, serão também discutidos o desemprego jovem, a invasão de privacidade, o federalismo na Europa e a corrupção no desporto. Os participantes vão trabalhar em comités, à semelhança do que acontece no Parlamento Europeu, para elaborarem uma moção de resolução aos assuntos em discussão. A performance dos vários comités será posteriormente avaliada por um júri, que escolherá o comité vencedor de um prémio simbólico.

João Gonçalves acredita que o panorama negativo das inscrições ainda se vai alterar: “Sabemos que ainda falta algum tempo para a data limite de inscrição e nós, estudantes, gostamos de fazer as coisas à última. Para além disso, o prémio ainda não foi divulgado, e quando for acredito que chame à atenção de mais pessoas.” As inscrições estão abertas até 3 de Março e o custo é de 7,5 euros para sócios do APPEJ e da SdDUP e de 10 euros para não associados.

“É impossível ignorar o “bichinho” do PEJ”

Mónica entrou no PEJ em Outubro de 2010, numa sessão regional que teve lugar em Guimarães. “Fiquei absolutamente deslumbrada com o potencial do projecto e com a diversidade que nele se encontra. Graças ao PEJ tenho amigos em todo o país, assim como em vários países da Europa. Foi também no PEJ que aprendi a lutar pelo que quero, sem nunca desistir, mas também aprendi a respeitar as opiniões que divergem da minha.”

Com esta experiência, considera ter-se tornado “uma pessoa muito mais consciente, conhecedora do mundo real e até mais completa, desde que entrei neste projecto. É impossível ignorar o “bichinho” do PEJ (como costumamos dizer)!”

João ingressou neste meio há quatro anos, quando andava no 11.º ano e representou a sua escola numa sessão regional do PEJ, em Tondela. “Na verdade, estive quase a recusar ir, e se não tivesse ido ao evento nunca teria noção daquilo que iria perder”, recorda.

Desde então, tem procurado manter-se activo nas actividades da associação. Além das amizades que a “família PEJista lhe proporcionou”, o que o motiva a continuar “é o facto de saber que este tipo de educação fora da sala de aula é altamente positiva. Em cada sessão do PEJ temos a oportunidade de estudar 5, 6, às vezes mais temas de importância para a cidadania europeia e saímos de lá mais cultos, mais cheios, mais crescidos”.