Os Institutos Politécnicos podem contar com um novo tipo de oferta curricular: cursos superiores de dois anos. O anúncio foi feito, ontem, por João Queiró durante uma apresentação de um estudo sobre o Ensino Superior.
Contactado pelo JPN, o gabinete de comunicação do Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, garante que os cursos serão de carácter superior mas não conferentes de grau. Vão funcionar assim, como “pré-licenciaturas” e, para já, só abrangem os Institutos Politécnicos.
João Teixeira Lopes, sociólogo e professor universitário, acredita que os cursos de curta duração “vão ser mal acolhidos pelo mercado de trabalho”. Para o docente, estas pré-licenciaturas “servem apenas para para ludibriar os jovens que nelas se inscreverem, uma vez que nem vão ter um título reconhecido.
Uma formação intermédia entre o 12.º ano e uma licenciatura
Ao JPN, o gabinete de comunicação de Nuno Crato admite que ainda não está nada definido sobre as áreas em que as “pré-licenciaturas” serão lecionadas. No entanto, “todos os alunos podem optar por esta formação”, sejam eles oriundos de cursos profissionais, do Ensino Regular ou até maiores de 23 anos.
João Teixeira Lopes diz que, a introdução deste género de oferta curricular corresponde a uma degradação das funções do ensino superior, cada vez mais encarado como “parque de estacionamento” para jovens desempregados. Ao contrário, João Queiró, garante que os cursos de curta duração tem como objetivo principal a criação de uma “forte ligação ao mundo laboral” aumentando a relação com o tecido empresarial das regiões.
Embora tenham curta duração e correspondam ao nível 5 do Quadro Europeu de Qualificações (120 créditos), os dois anos ficam a meio caminho entre o 12.º e uma licenciatura. Para João Teixeira Lopes a iniciativa não passa de “um híbrido inútil”.