Não fez ainda uma semana que um meteorito atingiu a região de Cheliabinsk, situada 180 quilómetros a leste de Moscovo. Vários edifícios foram destruídos e quase duas mil pessoas ficaram feridas. No mesmo dia, o asteroide 2012 DA14 passou a cerca de 28 mil quilómetros do nosso planeta, a velocidades que rondavam os oito quilómetros por segundo.

Fenómenos como estes têm desencadeado, junto das populações, um medo crescente em relação aos corpos celestes. Em declarações ao JPN, Ricardo Reis, do Núcleo de Divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), considera normal o receio das pessoas face a situações como esta, até porque a desintegração do meteorito na Rússia registou uma “potência superior à bomba de Hiroxima ou ao recente ensaio nuclear da Coreia do Norte”.

O impacto de corpos do espaço com o planeta não é, para já, um assunto que preocupe o astrónomo. Há uma preocupação constante no reconhecimento destes elementos que, face ao seu tamanho, possam originar destruições em massa (como aconteceu há 65 milhões de anos com a extinção dos dinossauros devido à queda de um asteroide). No entanto, são conhecidos todos asteroides dessa magnitude e, portanto, não há grandes razões para alarme.

Terra à vista: um pouco mais sobre os corpos celestes

Por entre os planetas do sistema solar, vagueiam milhares de corpos celestes. Mas só alguns deles “sobrevivem” à atmosfera terrestre e invadem o nosso planeta. Os cometas são facilmente reconhecíveis pelas suas caudas. Na sua constituição, está uma grande “bola de gelo sujo” que sublima ao aproximar-se do sol, deixando para trás um rasto que se assemelha a uma cauda.

Os asteroides, essencialmente compostos por material rochoso, podem também ser chamados de meteoroides, quando apresentam menos de um quilómetro de diâmetro. Ao entrar na atmosfera terrestre, estes corpos ganham novos nomes e novas formas.

Os meteoros, como passam a ser reconhecidos, atingem o nosso planeta sob a forma de meteoritos ou chuvas de estrelas. No primeiro caso, são meteoros que não se desintegram totalmente no choque com a atmosfera e, dessa forma, atingem o planeta sob a forma de pedras. No segundo caso, são grãos de poeira que se soltaram de cometas e, no contato com os gases atmosféricos, formam um rasto de luz.