A Agência Europeia do Ambiente publicou um estudo que vai ajudar a controlar os danos causados pelas espécies invasoras com vista a diminuir impactos na biodiversidade, saúde e economia europeias.

A agência estudou ainda plantas como a ambrósia gigante, capaz de potenciar alergias como a febre dos fenos. No total, são 28 as espécies estudadas e incluem insetos como o mosquito tigre, conhecido por transmitir cerca de 20 doenças diferentes, ou o esquilo-cinzento, que causa grandes estragos em zonas agrícolas.

O Instituto Camões define o conceito de espécie exótica como aquela “presente na fauna ou na flora de uma determinada área geográfica da qual não é originária”. Tratando-se de uma espécie animal ou vegetal, os impactos são variáveis, desde a morte de árvores centenárias a desequilíbrios na cadeia alimentar.

Um animal como a lesma espanhola, de apenas cinco centímetros, é capaz de causar prejuízos na Europa da ordem dos 12 mil milhões de euros no espaço de um ano – atualmente é considerada uma das espécies mais perigosas para a jardinagem e para a agricultura, afetando em particular o centro e norte do continente.

Espécies alienígenas

Há cerca de dez mil espécies registadas na Europa, algumas das quais foram introduzidas de propósito e permanecem até hoje em território nacional por fazerem parte do regime alimentar das populações, como a batata e o tomate. No entanto, nem todas as espécies alienígenas constituem uma mais-valia para produtores e consumidores – as chamadas “espécies alienígenas invasivas” criam graves problemas como pestes para a agricultura e silvicultura, sendo por vezes portadores de doenças. As espécies invasivas alteram o ecossistema em que habitam e têm impacto das outras espécies dos ecossistemas.

Hermafrodita, reproduz-se rapidamente, é mais agressiva do que outras espécies de lesmas e chegou à Europa há cerca de trinta anos. A maioria das espécies clandestinas é transportada se forma ocasional pelo mundo inteiro, o que preocupa a Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, que as considera uma verdadeira ameaça à biodiversidade mundial.

A vespa asiática e outras espécies alienígenas

O turismo intensivo e o comércio são apontados como causas do aumento de espécies exóticas na Europa. A tendência tem crescido nos últimos anos e tem sido agravada pelas alterações climáticas que fazem com que habitats anteriormente desfavoráveis se tornem aprazíveis.

O estudo da Agência Europeia do Ambiente é um contributo para a estratégia do controlo da biodiversidade, ameaçada por inúmeros fatores – atualmente, estão em perigo 110 das 395 espécies originárias do continente, classificadas como estando risco de extinção.

A lesma espanhola representa apenas mais um exemplo de uma ameaça para biodiversidade da Europa. As atividades humanas são as precursoras da fixação e reprodução de espécies alienígenas ou espécies não nativas.

Já a vespa asiática tem trazido uma série de problemas a agricultores e apicultores. Considerada a maior vespa do mundo, é uma caçadora implacável, alimentando-se de outros insetos como outras vespas e louva-a-deus. Incapazes de conviver com as abelhas, as vespas desertificam colmeias e ameaçam a produção de mel em vários distritos do país, como é exemplo Viana do Castelo.