O burburinho em torno de “Argo” confirmou-se. O thriller de Ben Affleck conseguiu arrecadar a estatueta de melhor filme, somando-lhe ainda os prémios de “Melhor Argumento Adaptado” e “Melhor Montagem”. Com esta distinção, “Argo” apresenta-se, indiscutivelmente, como filme do ano – depois de também ter arrecadado o Globo de Ouro e o BAFTA para melhor filme.
Os grandes vencedores
Melhor filme – Argo
Melhor realizador – Ang Lee, A Vida de Pi
Melhor ator – Daniel Day-Lewis
Melhor atriz – Jennifer Lawnrence, Guia para um final feliz
Melhor ator secundário – Christoph Waltz
Melhor atriz secundário – Anne Hathaway
Melhor banda sonora – A Vida de Pi
Melhor argumento original – Django Libertado, Quentin Tarantino
Melhor argumento adaptado – Argo
A principal surpresa da noite foi na categoria de “Realização”. Ang Lee, o realizador de “A Vida de Pi” levou para casa o óscar de “Melhor Realizador” que parecia estar entregue a Spielberg, depois de a Academia ter falhado a nomeação de Affleck. “A Vida de Pi” foi o mais distinguido da noite, arrecadando mais três prémios em categorias técnicas.
Outra das surpresas foi “Lincoln”, de Steven Spielberg, o mais nomeado pela Academia este ano. Acabou por ser distinguido apenas com os óscares de melhor ator, com a prestação de Daniel Day-Lewis, e melhor direção artística. Spielberg volta a falhar a estatueta, depois de a ter perdido, no ano passado, para Michel Hazanavicius por “O Artista”.
Jennifer Lawrence foi outra das surpresas, ao arrecadar o óscar de melhor atriz. A intérprete de “Guia para um final feliz” já tinha sido distinguida com um Globo de Ouro em Janeiro deste ano. Christoph Waltz e Anne Hathaway foram distinguidos como melhores atores secundários pelo seu desempenho em “Django Libertado” e “Les Miserábles”, respetivamente.
Além do óscar de melhor ator secundário entregue a Waltz, o filme de Quentin Tarantino, “Django Libertado”, conseguiu ainda uma distinção na categoria de “Melhor Argumento Original”.
“A Vida de Pi” vence nas categorias técnicas
“A Vida de Pi” dominou as categorias de edição técnica, como já se previa, ao arrecadar os prémios de “Efeitos Visuais” e “Melhor Fotografia”. O filme recebeu ainda o óscar de melhor banda sonora original, do compositor Mychael Danna, estreante nos prémios da Academia. O filme perdeu na categoria de melhor canção original para “Skyfall”, da cantora britânica Adele.
O musical “Les Miserábles”, além de ter arrecadado prémio para melhor atriz secundária, recebeu ainda os óscares de “Melhor Caracterização” e “Mistura de Som”. Tal como se esperava desde os Globos de Ouro, o filme austríaco “Amour” ganhou o prémio de melhor filme de língua estrangeira.
Caso raro na atribuição dos prémios foi o empate entre “Zero Dark Thirty” e “Skyfall”, na categoria de “Melhores Efeitos Sonoros”, levando ambos uma estatueta para casa.
A animação voltou a estar entregue à veterana Disney. Venceu o melhor filme de animação por “Brave – Indomável” e conquistou, ainda, o prémio de melhor curta metragem de animação com “Paperman”.
A cerimónia
A responsabilidade de apresentar a 85.ª cerimónia dos Óscares da Academia esteve a cargo de Seth MarFarlane, o criador das séries “Family Guy” e “The Cleveland Show” e realizador de “Ted”. MacFarlane conseguiu agarrar a audiência desde o ínicio, com piadas arriscadas e números musicais com atores convidados, que fizeram rir toda a audiência.
Durante a noite ainda houve espaço para homenagear os 50 anos de James Bond, com uma breve passagem pelas músicas mais emblemáticas da saga. “Chicago”, “Dream Girls” e “Lés Misérables” foram responsáveis por uma breve viagem ao cinema musical, com várias atuações dos três filmes.