Apresentado esta terça-feira, em Portugal, o Surface da Microsoft conta já com três capas produzidas por designers nacionais. O burel, tecido escolhido para a conceção das proteções, também é português e, segundo os criadores, pouco utilizado atualmente.

Rute Gomes, Rui Grazina e Sara Lamúrias são os três criativos responsáveis pelas três capas do “tablet” da Microsoft. A ideia partiu do estúdio de Rute que, em parceria com a Burel Factory, apresentou o projeto aos dois designers. Em entrevista ao JPN, Rui Grazina admite que o desafio foi proposto no sentido de “cada um desenvolver uma proposta para ‘vestir’ o Surface”.

40 a 70 euros

Embora a apresentação do Surface tenha sido esta terça-feira, as capas portuguesas só vão estar disponíveis a partir de março, com um custo que pode variar entre os 40 e os 70 euros. A partir dessa data, quem comprar o “tablet” da Microsoft vai poder adquirir três capas desenhadas especialmente para o aparelho, totalmente “made in” Portugal.

Nesse sentido, cada um dos criativos pôde trabalhar individualmente, “dentro da sua linguagem própria”. A única exigência era o uso do tecido de lã, o burel. Para Rui Grazina, o uso de materiais portugueses é o mais importante, quer “pelo impacto positivo que esta atitude pode ter em termos económicos para o país, quer pela mais valia em termos internacionais, por trabalharmos com um material especificamente local”.

Na capa desenhada pelo criativo português consta apenas uma superfície de burel, plana, que, através de dobragens, torna-se numa peça tridimensional, com capacidade de transporte do “tablet”, mas também de pequenos objetos. Para o designer, é importante não esquecer as peças que continuam a fazer parte do quotidiano, como canetas ou blocos de notas. De acordo com Rui Grazina, a capa desenhada para o Surface é uma peça que, de certa forma, concilia “high-tech” com “low-tech”.

A Microsoft aliou os seus avanços tecnológicos às produções tradicionais portuguesas, o que, segundo Rui Grazina, tem sido muito positivo. Este é um projeto que permite a revitalização da indústria do burel e os criativos não escondem: “Gostaríamos que tivesse continuidade no futuro”.

Notícia atualizada às 13h15 do dia 27 de fevereiro de 2013 (foi alterada a referência à localização de Manteigas, de “perto da Serra da Estrela” para “na Serra da Estrela”)