A ideia de criar uma rede de estudos radiofónicos surgiu junto de um grupo de investigadores portugueses, na área de Ciências da Comunicação, que têm interesse científico no meio rádio.

Madalena Oliveira, professora da Universidade do Minho e investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), afirma que os profissionais que operam nesta área se sentem “isolados no panorama nacional” e realça que “são poucos aqueles que, em Portugal, se têm dedicado aos estudos de rádio”.

Assim, a ideia de criar um núcleo estruturado de pessoas que trabalham no meio radiofónico surge para colmatar a falta de bibliografia e de estudos desenvolvidos na área. Para Madalena Oliveira, “os principais objetivos desta rede prendem-se com a necessidade de criar mecanismos de cooperação e de estimular a produção científica numa área pouco desenvolvida do ponto de vista da investigação”.

Colaboradores da iniciativa

A iniciativa já conta com três principais promotores: Luís Bonixe (do Instituto Politécnico de Portalegre e do Centro de Investigação em Média e Jornalismo), Paula Cordeiro (do ISCSP-Universidade Técnica de Lisboa) e Madalena Oliveira (da Universidade do Minho e do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade).

Outros nomes associados à iniciativa são o engenheiro Pedro Portela, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, os professores Sílvio Santos, do Centro de Investigação em Média e Jornalismo, Rogério Santos, Nelson Ribeiro (do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica de Lisboa), Luís Santos e Isabel Reis.

Ligação com investigadores na Europa e Brasil

Segundo a própria, a ideia passa pela criação de “uma rede que juntasse os poucos investigadores atualmente dispersos pelos centros de investigação do país” e, também, que em todos esses centros “haja pelo menos um interlocutor com interesse nos estudos de rádio”.

Algumas das metas deste núcleo são criar uma plataforma digital de forma a divulgar os trabalhos realizados em Portugal e criar ligações entre os investigadores portugueses com outros grupos internacionais (especialmente na Europa e no Brasil), bem como planear a edição de livros temáticos sobre o meio radiofónico.

Madalena Oliveira diz ainda que, um dos objetivos, é formalizar a constituição de um grupo de trabalho na Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM), mas que, “neste momento, seria prematuro avançar para isso, antes mesmo de consolidar o grupo”.

Por não se tratar de um projeto, não haverá um financiamento específico. A professora e investigadora da Universidade do Minho adianta que “a rede funcionará essencialmente com o apoio dos centros a que pertencem os investigadores”, mas que “não está excluída a possibilidade de solicitar financiamento à Fundação para a Ciência e Tecnologia, ao Gabinete para os Meios de Comunicação Social ou a organismos da União Europeia”.