De acordo com o Expresso, dados do Instituto Nacional de Estatísca (INE) revelam que o rendimento dos trabalhadores que frequentaram o ensino superior diminuiu 9.5%, nos últimos três anos.

O salário cerca de 60% superior à média portuguesa era uma das vantagens de frequentar o ensino superior, mas este valor tem vindo a reduzir, uma vez que o salário médio nacional sofreu uma diminuição de 1,5%, entre 2010 e 2012.

“Foi um wake-up call”

Ricardo admite com algum negativismo que “o melhor que há a fazer é tentar segurar o emprego e não perder tempo com a esperança de que aqui, em Portugal, vão aparecer oportunidades melhores”.

Ricardo Rocha, formado em Engenharia Electrónica na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, conta que foi “convidado” a renegociar o vencimento. Durante dois anos seguidos foi aumentado 5%, mas quando chegou 2012 reduziram-lhe o salário em 25%. Para além da redução no salário, foram atribuídos aos funcionários – os que permaneceram na empresa -, novas funções. Mais de metade foram despedidos.

Ricardo diz que a decisão o motivou para fazer um melhor trabalho, uma vez que o importante era conseguir ultrapassar “este período de crise sem [a empresa] ter que fechar”.

Uma farmacêutica, que prefere não ser identificada, também foi vítima dos cortes na função pública, mostra-se indignada e garante que os farmacêuticos são “altamente prejudicados com estas medidas”. “A conjuntura atual do país já previa esta situação, mas claro que não fiquei satisfeita”, afirma. As condições vão piorando mas o discurso mantém-se, diz: “Pelo menos tens emprego”.