Álvaro Noite é campeão nacional de esgrima. Tem apenas 22 anos, mas as vitórias que coleciona já ultrapassam as competições nacionais. Conquistou a medalha de prata em Espanha, no início de fevereiro, ao derrotar o atleta número um no Torneio Nacional do Ranking Espanhol. De regresso da Taça do Mundo, o atirador acredita estar no caminho certo.

O jovem madeirense concilia o mestrado em Gestão de Desporto na FADEUP, com a carreira desportiva, através de “uma boa gestão para alcançar todos os objetivos”. Na perspetiva deste atirador, em Portugal, “a esgrima é um desporto que está a crescer em termos de clubes e de resultados a nível internacional”. No entanto, para Álvaro, o que falta é a “visibilidade” merecida.

Para o jogador, a esgrima é mais do que um desporto. É “um modo de vida”, até para a equipa que o acompanha. Entre ela está Filipe Melo, treinador do atleta, que, quanto ao panorama da esgrima nacional, elogia a ação da Federação Portuguesa de Esgrima, mas lamenta a pouca adesão ao desporto. Filipe Melo realça ainda a importância da experiência internacional para um jogador, que ajuda a lidar com ritmos de jogo mais elevados.

Glossário

Atirador – esgrimista pronto a fazer assalto
Assalto – face a face entre dois esgrimistas
Tocar – atingir adversário com a ponta da arma
Florete, Espada, Sabre – tipo de arma utilizada

20% de talento, 80% de trabalho

Em busca deste grau de competitividade desportiva está Gael Santos. Terminado o Mestrado em Arquitetura na FAUP, o atirador reside agora em Paris, em busca de um grau de competitividade desportiva superior ao existente em Portugal.

Antigo colega de equipa de Álvaro Noite no Sport Clube do Porto, Gael integra o escalão sénior e representa as cores da bandeira portuguesa na seleção nacional. Joga pela La Tour D’Auvergne (Paris TA) e, também para Gael, o trabalho e a dedicação são a chave do sucesso. Descreve a esgrima como um desporto “muito completo. Para além de exigir destreza mental, acaba por criar uma paixão única, de vencer a cada toque”.

Depois de derrotar o número dois do mundo no ano passado, Gael explica que só se apercebeu do feito no dia seguinte à vitória. O atleta descreve o momento como “um disparo de emoções e sentimento de um objetivo cumprido”.

Pontuar nas provas internacionais é o “objetivo intermédio” para estes atletas. Objetivos que, segundo o treinador de Álvaro Noite, “culminam nos Jogos Olímpicos” de 2016, no Rio de Janeiro.