Criada em 2009, a banda El Coyote é, atualmente, formada por três estudantes da Universidade do Porto. O grupo já atuou em diversos festivais, incluindo a Festa do Avante. Segundo Diogo Correia, baixista, “foi uma vitória”, pois foi o momento em que sentiram que o que faziam tinha valor e “que começava a ganhar alguma dimensão”.

Tocar para uma maior audiência não intimida os jovens músicos. “Na altura de atuar não é muito costume pensar-se nisso, pois a mentalidade é sempre a mesma, de ‘partir a loiça’ toda lá em cima do palco, esperando que o público faça o mesmo cá em baixo”, refere o baixista. No entanto, admite ser uma sensação diferente, uma vez que “o ambiente é mais intenso”.

A inspiração para criar ritmos e escrever letras surge de todos os elementos da banda. Apesar dos gostos em comum, o grupo admite que “as divergências são, talvez, o mais importante, pois criam-se combinações novas que, muitas vezes”, não esperavam “que resultassem tão bem”.

Uma banda “low-cost”

Embora tenham uma agenda bastante preenchida, os jovens não esquecem os estudos e tentam sempre “aproveitar em peso as alturas menos atarefadas e depois abrandar um pouco quando se aproximam os exames ou dias mais preenchidos”.

O facto de serem estudantes e, por isso, não remunerados, dificulta a ação da banda em termos financeiros. No entanto, têm possibilidade de ensaiar em casa, o que permite reduzir custos, mas com uma desvantagem: a qualidade do som não é a mesma que teriam num estúdio e, como tal, ocasionalmente alugam uma sala. “O investimento é um pouco a contar trocos, que recebemos nos concertos ou que podemos investir, mas tudo numa política muito low-cost”, conta Diogo.

Nunca fugir das origens

As reações do público são positivas e o reconhecimento “tem vindo a progredir”. “Muitas vezes são pessoas que já nos viram e numa segunda oportunidade dizem-nos que notaram uma evolução e ouvir isso é um incentivo para continuar a trabalhar como banda, melhorando as composições sem nunca fugir – e isto é essencial para nós – ao nosso som característico”, explica.

Para a banda, fazer música em Portugal é uma “tarefa árdua”, tendo em conta as “dificuldades pelas quais o país passa”. No entanto, Diogo afirma que “o gosto pela música move sempre o pessoal resistente”, e é nisso que os novos músicos se devem basear. Os El Coyote já atuaram em Ourense, Espanha, mas a aposta no estrangeiro não é uma prioridade, por agora.