Nos últimos anos de ditadura, a imprensa clandestina procurava opor-se ao regime político vigente, colocando “folhas mal impressas, escondidas, dobradas, metidas em envelopes, livros, disfarçadas”.

José Pacheco Pereira, atualmente professor no Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), procurou, inventariou e citou documentos relacionados com a imprensa radical, bem como a biografia nacional e internacional e processos da PIDE, de modo a retratar a imprensa clandestina, em Portugal, nos anos 60 e 70.

José Pacheco Pereira

José Pacheco Pereira iniciou, desde cedo, uma forte atividade política de oposição ao regime de Estado Novo. Regularmente, colabora com a imprensa e é comentador político em televisão, além de autor de várias obras político-sociais.

Não foram apenas analisados escritos da extrema-esquerda, mas também da oposição que se “fez ouvir”, de grupos republicano-socialistas. O autor, licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto em 1978, fez um inventário completo de todos os números, suplementos, edições e tiragens da imprensa “escondida”.

O livro é divulgado esta sexta-feira, 15 de março, pelas 18h30, no salão nobre da reitoria da Universidade do Porto. A entrada é livre e os moderadores do evento serão o historiador Fernado Rosas e Manuel Matos Fernandes, docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).