Surgiram espontaneamente, da necessidade de expor ideias que não podiam ser transcritas em texto. “Os dois desenhos a conversar” surgiram como um meio de poder compilar diferentes ideias perdidas que “estavam cá dentro a entupir”, conta Álvaro Silveira.

Quando tenta inserir “os dois desenhos a conversar” numa temática, Álvaro explica que aborda temas que pensa normalmente no dia-a-dia. “São coisas do hardware humano que eu gosto muito de explorar e que acho que há muito a dizer acerca disso”, explica.

“Os dois desenhos” em livro

Álvaro está a preparar um livro sobre “Os dois desenhos a conversar”, em que pretende incluir as tiras do projeto, mas o criativo não pretende que as pessoas pensem que está a “extorquir” dinheiro. O livro pretende ser um meio de o financiar noutros projetos em que está a trabalhar, permitindo-lhe “algum retorno financeiro”.

O feedback do público é outro fator que tem contribuído para o sucesso da criação protagonizada por Magenta e Ciano. “As pessoas identificam-se muito. Não só elas, mas também os outros. Quando partilham [no facebook] vejo muitas vezes «Isto pareces tu» e isso é giro”.

De forma a agradar o público e continuar a cativar a audiência, Álvaro explica que teve que mudar alguma da sua abordagem ao longo deste ano que passou de modo a “não ofender as pessoas”. “Antes era muito mais obsceno, muito mais agressivo, e agora fui reduzindo um bocadinho isso”, confessa. O objetivo é que as pessoas não se ofendam e continuem a acompanhar o projeto.

Um ano cheio com novos projetos a caminho

Os dois desenhos completam hoje um ano, mas Álvaro garante que foi um ano que passou muito depressa. “Só agora começo a ter consciência do impacto e da recetividade das pessoas.”, afirma. O projeto não garante, contudo, nenhuma fonte de rendimento para o criativo, apesar de reconhecer que “lhe pode “abrir portas para outros projetos” em que está a trabalhar, explica.

Zorg&Borges é um dos projetos mais recentes do criativo e funciona na plataforma P3, do Público. Zorg&Borges permite a Álvaro explorar assuntos que não quer explorar com “os dois desenhos”, como política, cultura ou sociedade.

O criativo, encontra-se ainda em fase de produção de um novo desenho animado, numa coprodução com algumas produtoras do Porto. “Ainda estamos a ver onde vamos colocar isso. Ou seja não sei se vamos conseguir aparecer na televisão, se vai ser web, se vai ser publicidade, para já é um projeto-piloto, mas acho que as pessoas vão gostar. É uma coisa muito ligeira e divertida. São pequenos episódios curtinhos”, conta.