No Porto, a Mundo Fantasma é uma das únicas lojas existentes especializada em banda desenhada. Aqui, as prateleiras estão repletas de publicações, desde os clássicos da Marvel à ilustração portuguesa contemporânea. Marco Novais, colaborador na loja desde 2002, garante que “fã que é fã gosta de ter o livro, de ler“, e que as séries televisivas funcionam apenas como “complemento”. Apesar disso, é sempre mais fácil converter o fanatismo da literatura para o cinema. Já o contrário nem tanto, como explica Marco.

Dos quadradinhos para a caixa mágica:


Transpôr uma BD para filme
Preferências de um fã

Há outros casos que, depois de conhecerem, acabam sempre por querer conhecer mais um pouco e comprar em livro. O colaborador da Mundo Fantasma compara a ocorrência deste mesmo fenómeno noutros meios e relembra que, “como em qualquer adaptação”, o original tende a ser “melhor”. Contudo, admite a importância do audiovisual na projeção das bandas desenhadas. “Há várias séries que em BD têm um sucesso moderado e depois se tornam grandes sucessos na televisão”, afirma Marco.

Os fascículos mensais de banda desenhada custam, em média, três a quatro euros e as compilações, lançadas de cinco em cinco meses, e que incluem, em média, seis fascículos, valem 20 euros. As clássicas Marvel e a DC Comics continuam a liderar o número de vendas neste tipo de literatura.

Marco Novais afirma que “é sempre mais complicado, seja em que meio for, convencer alguém a ler” e que o “cinema é mais fácil e mais acessível ao cidadão comum”. Literatura acaba por ser já um nicho da cultura em geral, e a BD ainda é um nicho dentro de um nicho”, conclui Marco.