Foram aproximadamente 150 o número de alunos da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP) e do Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) que se manifestaram, na terça-feira, contra a falta de condições da cantina. Além dos protestos, o movimento, que se chama a si mesmo de “4000 pela cantina”, está a fazer circular um abaixo-assinado, pela comunidade académica, que vai ser entregue à reitoria e aos Serviços de Acção Social da Universidade do Porto (SASUP).

Impossível comprar refeição na hora

Com uma capacidade de 168 lugares sentados, a cantina tem-se apresentado como um problema para os alunos e para a Universidade do Porto. Devido à falta de espaço para confecionar as refeições, os almoços são preparados na cantina da Faculdade de Direito. Esta dependência obriga a uma gestão apertada: para almoçar, os alunos devem comprar a senha na manhã do dia anterior.

No comunicado publicado pelas associações de estudantes do ICBAS e FFUP – que não convocaram a manifestação de 19 de março -, as associações garantiram que já falaram com as direções das faculdades para resolver o problema do espaço, mas que “não haveria muito a fazer senão um investimento em meios materiais, como foi já a compra de mais mesas e cadeiras para colocar nos espaços à volta da cantina”.

Além da questão do espaço e das senhas, os alunos queixam-se das longas filas de espera para serem atendidos, que se prolongam até 40 minutos. A limpeza do espaço também é uma problemática que afeta a cantina.

O JPN tentou contactar várias vezes as associações de estudantes do ICBAS e FFUP mas não conseguiu nenhuma informação. No entanto, no comunicado em que as associações esclareceram que não estiveram envolvidas com a manifestação, as mesmas sublinham a sua compreensão pela “indignação demonstrada pela comunidade académica” e deixam a garantia de que as associações estão “em conversações com as entidades competentes”.

O que é que a Universidade do Porto está a fazer

Raul Santos, do departamento de comunicação da Universidade do Porto, disse que este problema da cantina já está a ser resolvido – em conjunto com os SASUP – e que estão a ser procuradas “soluções que possam resolver a situação num curto espaço de tempo”.

“A lógica não é criar uma estrutura para uma faculdade e uma estrutura para outra, é melhorar a que lá está, nomeadamente no campo dos lugares permitidos”, afirma Raul Santos. Entre as soluções possíveis, o porta-voz da UP deixou claro que a resolução do problema não passa pela criação de uma cantina para cada uma das faculdades. Inaugurado no ano passado, o complexo onde se encontra a cantina é dividido pelo ICBAS e pela FFUP e a ideia é que as “duas faculdades partilhem o mesmo espaço”.

Criar uma esplanada no exterior do complexo é uma das soluções que se apresenta para resolver o problema do número de lugares. Organizar melhor os horários de aulas é também uma resolução de forma a que “nem toda a gente tenha uma hora única de intervalo entre a uma (13h) e as duas (14h) para evitar a procura extrema num único período”.