“VIBE” é o tema que protagoniza mais uma edição do Portugal Fashion, que decorre até ao próximo sábado, na Alfândega do Porto. O tema enfatiza a ideia de energia e vida no corpo e na mente, refletindo-se em sonhos, ideias e sensações. A diversidade é a palavra-chave da coleção outono-inverno 2013/2014 e conta com ondas de choque e cores estimulantes.

Katty Xiomara

Katty Xiomara estreou a passerelle com uma coleção onde predominou o conceito de “urbano“. Porém, foram várias as conjugações do estilo citadino com o estilo ancestral. O vestuário prima pelo corte simples e pelos contornos pouco elaborados e limpos. As formas geométricas dominam, ainda que algumas peças se centrem em desenhos de traço livre e assimétrico, com peças muito esvoaçantes sem marcar demasiado a silhueta. As costas foram outro elemento a ter especial atenção, com decotes profundos, transparências ou elementos decorativos.

Predominam as peças delineadas por traços contrastantes em preto e azul-cobalto, inspirado no tradicional azulejo português, mas também muito castanho, cores pastel, vermelhos e laranjas quentes, sem esquecer o cinza glaciar. O preto é a cor que define o traço principal do vestuário.

Katty Xiomara procurou captar o que de melhor tem a moda feminina com uma coleção fresca e visualmente muito apelativa, que transforma os dias do próximo outono-inverno num verdadeiro festival de primavera.

Júlio Torcato

Júlio Torcato abanou a audiência ao apresentar a sua habitual coleção masculina, com traços urbanos e elegantes. A coleção, designada “Porto” pelo estilista, prima pela originalidade, personalidade e identidade. Os cortes são certos e rigorosos, inspirados na alfaiataria portuense clássica, com calças curtas ou à boca de sino e fatos de corte reto. A diversidade de materiais vai desde lãs a misturas de seda, ressuscitando a tendência de conjugação de diversas matérias.

Os tons sombrios definem a criação e têm lugar de destaque o castanho escuro, o cinzento, o bordeaux – mais arroxeado ou mais avermelhado – e o azul marinho. Estas cores são, contudo, realçadas por tons mais vivos, como o amarelo, o vermelho, o azul ou o violeta. A par destas, ressalva-se ainda, a constante utilização do verde, quer esmeralda quer floresta, indicando a tonalidade como cor-tendência, como já se tem visto na coleção Primavera-Verão.

Anabela Baldaque

Anabela Baldaque encerrou o desfile do dia 21 de março. O traço descontraído e os cortes sedutores trazem de volta a mulher diva, romântica e irreverente. Com estilo pop à mistura, predominam as peças de influência urbana ou trendy, a ressuscitar as tendências hippie chic ou western, mais comuns nas coleções quentes. As cores fortes e vibrantes encheram a passerelle, remetendo para um look de festa – ainda que informal. Simultaneamente, a coleção deu a conhecer peças lisas e em tons pastel suaves. A conjugação dos dois elementos foi a chave. Os anos 60 e 70 foram retratados nas criações onde o xadrez e o tartan dominam.

O “largo” também predominou nas criações de Anabela Baldaque. Os casacos, propositadamente grandes, são muitas vezes em trespasse ou com fecho. As golas são diversas e tiveram, sem dúvida, lugar de destaque. As calças são justas e masculinas, enquanto as saias são curtas e fluídas. Camisas e “vestidos camisa” são, também, muito comuns na coleção da estilista, evidenciando o melhor do corpo feminino.

A cidade do Porto é, à semelhança de anos anteriores, a anfitriã do evento que se vai realizar de 20 a 23 deste mês. Como habitual, o evento começou em Lisboa, onde apresentaram a conceituada dupla Alves/Gonçalves e Fátima Lopes que, excepcionalmente, não encerra a edição no Porto, bem como cinco jovens criadores – inseridos no espaço Bloom.