Luís Miguel Rocha volta a dedicar-se ao tema da igreja, na sua mais recente obra. O livro “A filha do Papa” conta a vida do Papa Pio XII, que esteve à frente da Igreja Católica durante os anos da 2.ª Guerra Mundial, assim como a sua relação com a freira Pascoalina, que, durante 40 anos, esteve ao seu lado, tornando-se, assim, uma das mulheres mais poderosas da história do Vaticano. Segundo o autor do livro, a sua obra é um romance “que leva 33% de história, 33% de ficção e 33% de história plausível”.
Foi revelado, esta terça-feira, na apresentação do livro, que a obra explica a história da criação do IOR (Istituto per le Opere di Religione), em 1942, por Papa Pio XII, também chamado Banco do Vaticano, que, até hoje, gere o dinheiro de todo o mundo. Artistas, políticos, governantes, “padrinhos”, mafiosos, são muitos os indivíduos que colocam as suas finanças neste banco em que os seus nomes são protegidos por um pseudónimo e só mesmo os gestores de conta conhecem as verdadeiras identidades.
Em entrevista ao JPN, Luís Miguel Rocha explicou que voltou a dedicar-se ao tema da religião porque “a igreja é um mistério”, “a igreja tem altos muros, tem portas fechadas, tem corredores escuros”. Segundo o autor, “tudo o que existe na sociedade existe na igreja, por muito que não se queira”. “Existe amor, homossexualidade, heterossexualidade, ódio, disputa de poder, religião, sagrado, fé – tudo separado e tudo junto, exatamente igual”.
Luís Miguel Rocha, que foi bestseller do New York Times, em 2009, pelo seu livro “O Último Papa”, é estudante do segundo ano do curso de História da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP). “Acho que a Universidade do Porto é das melhores da Europa, portanto, para mim, é um privilégio lá andar”, revela o escritor que diz tirar proveito do seu curso para fundamentar os factos históricos das suas obras.