A alimentação vegana rege-se pela máxima de que não se pode comer nenhum produto derivado de animal. Assim, os vegan não consomem produtos como: carne, peixe, leite e derivados, ovos, manteiga, etc. No entanto, “os pratos vegetarianos servidos nas cantina são, em rigor, ovo-lacto vegetarianos, isto é, podem incluir ovos, queijo, leite ou natas”, explica Susana Ribeiro, dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP).

As cantinas da Universidade do Porto não têm assim uma opção vegan na ementa, o que dificulta a vida a alguns estudantes. No entanto, Susana garante que cerca de 50% dos pratos são compostos apenas por alimentos de origem vegetal. O prato vegetariano pode, assim, representar uma opção – ainda que só de vez em quando.

A implementação desta opção vegetariana foi feita por solicitação dos estudantes, na cantina da Faculdade de Belas Artes. Depois desta, passou sucessivamente para cada cantina de acordo com as suas condições, refere Susana Ribeiro . Esta implementação implicou a formação dos responsáveis das unidades, bem como dos cozinheiros, a quem compete diariamente a elaboração da ementa.

João Gonçalves, estudante, é vegetariano por motivos morais e considera a ementa satisfatória, “há um prato diferente todos os dias (dificilmente se repete ao longo de 15 dias) e a qualidade é equivalente aos restantes pratos”. No entanto, para João, “se fosse vegan a situação seria mais difícil”. “É o que acontece em todo o nosso país: não há soluções fora de casa”, diz.

Salomé Esteves, também estudante, é vegetariana porque se sente mais saudável assim: “Principalmente fez-me sentir mais eu própria, no sentido em que me sinto um ser humano mais completo”, explica. Salomé considera que apesar dos pratos serem bons e completos, “poderiam repensar muitos outros”. Para além disso, conta que “uma vez tinha acabado a comida vegetariana na cantina e não havia alternativas”. “Fiquei realmente revoltada”, afirma.