O código de barras, que passa diariamente pelas nossas mãos, faz hoje 40 anos e, segundo João de Castro Guimarães, diretor executivo da empresa GS1 Portugal (Codipor-Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos), em declarações à Agência Lusa, a ferramenta que nos habituou a identificar os preços dos produtos, através das leituras óticas, continua a ter “grande importância para as cadeias de distribuição e para os consumidores”.
QR Code, o novo código
Com apenas nove anos, o QR Code é o novo código utilizado para catalogar produtos. Desde 2003 que foram desenvolvidas aplicações (Android e iOS) que ajudam utilizadores a identificar produtos através dos smartphones.
O diretor executivo da empresa que gere a tecnologia em Portugal salientou que, este ano, celebra-se os 40 anos da seleção de um “standard” (norma) único para a identificação de produtos e, em 2014, comemora-se a primeira leitura de um código de barras.
Segundo João de Castro, as bases da criação da tecnologia foram lançadas em 1948, nos Estados Unidos, por Joe Woodland e Bob Silver, responsáveis por desenvolver um sistema para um supermercado de bairro capaz de identificar os produtos à saída de caixa. “Como tudo leva o seu tempo, só a 3 de abril de 1973 os líderes do retalho nos Estados Unidos selecionaram um ‘standard’ único”, revelou o diretor executivo da GS1 à Lusa.
No ano seguinte, um pacote de pastilhas elásticas veio a tornar-se o primeiro produto com um código de barras GS1 a ser lido (através de um “scanner”) num supermercado da cadeia Marsh, em Ohio, nos Estados Unidos.
Para os portugueses, o código de barras só tem 28 anos
Em Portugal, as barras pretas verticais com 13 dígitos que contêm informações sobre o produto só foram implementadas em 1985, num hipermercado de Matosinhos, e já fazem parte do quotidiano dos portugueses há 28 anos, apesar de passarem despercebidas.
Código de barras para tótós
Segundo João de Castro Guimarães, “os três primeiros dígitos (560) dizem respeito ao país em que a empresa produtora está registada, os quatro seguintes identificam a empresa, os outros cinco são a referência do produto e o último é um dígito de controlo”.
Segundo o responsável da GS1 Portugal, os códigos de barras “tiveram um papel importante na implementação da distribuição, porque permitiu gerir ‘stocks’ de maneira até aqui impensável”. Quanto ao consumidor, João de Castro Guimarães afirma que a tecnologia dá mais segurança e fiabilidade aos produtos adquiridos.
A GS1 Portugal assegura que, dados de 2012, apontam para o processamento de 8 biliões de leituras de códigos de barras por dia, em mais de 10 milhões de artigos.
Para celebrar os 40 anos, a empresa deverá divulgar, hoje, alguns trabalhos sobre o código de barras. Durante três dias (20 a 23 de maio), a data vai ser assinalada na Assembleia-Geral da GS1, em Los Angeles, nos Estados Unidos, com a apresentação do livro “The Secret Life of the Bar Codes”, de John Berry.
A celebração só termina em 2014, e em fevereiro do próximo ano vai ser feito um balanço no Fórum Global, em Bruxelas.