Na passada terça-feira, o Partido Socialista (PS)/Porto apelou a Rui Rio pela suspensão do rebentamento da torre 4 do Aleixo, marcada para 12 de abril. Três dias depois, durante a apresentação da estátua “O Porto”, colocada na Praça da Liberdade esta sexta-feira, o presidente da Câmara do Porto garantiu: “Eu não quero desistir”. Além disso, acrescentou que, independentemente da sua vontade e convicção, o ponto de vista político já o impede de suspender a operação. Rui Rio explica que interromper a demolição do Bairro do Aleixo é ir contra o assunto principal da campanha eleitoral de 2009.

“PS não sabe fazer contas”

O Partido Socialista acusou a autarquia de que a demolição da segunda torre iria custar 20 milhões de euros aos cofres municipais. Rui Rio desmentiu, admitindo que a “operação custa zero aos cofres municipais”, acusando o PS de “não saber fazer contas“.

“Nós todos, e também o PS, estamos obrigados a fazer aquilo que foi maioritariamente sufragado pelo Porto”, salienta o presidente do município do Porto. Na última campanha eleitoral, Rui Rio defendeu a posição de que o Bairro do Aleixo não era recuperável e de que a solução era a demolição das torres e realojamento dos seus habitantes em “casas decentes”. Os partidos de esquerda opuseram-se.

A propósito da demissão de Miguel Relvas e da atual prestação do Governo, Rui Rio garantiu não ter disponibilidade “para falar de atualidade política” e que estava no local para falar de “um acontecimento de há 200 anos e não de ontem”.

A estátua “O Porto” regressa às origens quase cem anos depois

A estátua “O Porto”, colocada agora na Praça da Liberdade, regressa ao local onde esteve durante mais de cem anos. Da autoria de João de Sousa Alão e João da Silva, “O Porto” personifica a cidade Invicta através de um guerreiro que se faz acompanhar de uma lança, um escudo e um elmo encimado por um dragão. Inicialmente, a estátua encontrava-se no topo da antiga Câmara do Porto, que ficava na antiga Praça Nova, no início do século XIX.

“Desde que estive na Câmara, matei a cabeça para o sítio onde ela devia ir”, confessa Rui Rio. Depois da demolição do edifício, a estátua seguiu um caminho tortuoso pela cidade. Passou pela Câmara provisória do Porto, atual residência do bispo, assim como pelo Palácio de Cristal. A atual localização foi decidida pelos arquitetos que procuravam um local relativamente próximo do lugar original.