“Morreu um símbolo do Neoliberalismo” são as palavras de André Freire, politólogo, quando questionado sobre a influência da politica de Margaret Thatcher pelo mundo. André Freire afirma, ao JPN, que, durante a sua época, a “Dama de Ferro” “levou a política a uma ascensão, no Reino Unido”, marcando a elevação do Neoliberalismo “em termos democráticos”, por todo o mundo.
Margaret Thatcher, conhecida como a “Dama de Ferro”, morreu esta segunda-feira, aos 87 anos. O porta-voz da família Thatcher informou a imprensa de que a ex-primeira ministra britânica morreu em consequência de um ataque cardíaco.
A afirmação do Neoliberalismo foi um paradigma na política que, segundo André Freire, a ex-primeira-ministra britânica iniciou com Ronald Reagan e que acabou por contaminar o “centro de esquerda”. Apesar de ser uma perda importante na história política da humanidade, a morte de Margaret Thatcher não é novidade para André Freire, “uma vez que a senhora já tinha alguma idade e já tinha sido afastada a algum tempo”, devido aos problemas de saúde.
A primeira mulher a tornar-se primeira-ministra, na Grã-Bretanha, não falava em público desde 2002, desaconselhada pelos médicos. Os constantes AVC’s já haviam deixado sequelas em Margaret Thatcher, que levaram mesmo à perda de memória.
O percurso da “Dama de Ferro” no xadrez político
Margaret Thatcher nasceu em 1925, em Londres. Estudou Ciências Químicas na Universidade de Oxford e, em 1975, foi eleita líder do Partido Conservador. Foi, assim, a primeira mulher a liderar um dos principais partidos da Grã-Bretanha e, quatro anos mais tarde, tornou-se primeira-ministra. As suas políticas económicas basearam-se na desregulamentação do setor financeiro, na flexibilização do mercado de trabalho e na privatização das empresas estatais.
Depois de ter sobrevivido a uma tentativa de assassínio e devido às suas críticas face à União Soviética, foi apelidada de “Dama de Ferro”. Margaret Thatcher foi reeleita para um terceiro mandato em 1987, mas sua a visão crítica quanto à criação da União Europeia contribuiu para que perdesse apoio da maioria dos leitores, renunciando aos cargos de primeira-ministra e líder do partido, em 1990.