A apresentação chamava-se “Exploring the Universe” (em português, “Explorando o Universo”). Na mesa, estava sentada Mamta Patel Nagaraja, acompanhada por responsáveis da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Pouco depois, levantou-se e levou quem estava no auditório Ferreira da Silva para o seu mundo: o Espaço.
De aviões a jato a um vídeo animado sobre a viagem e funcionamento da sonda “Curiosity”, Nagaraja falou da sua experiência e do quotidiano daqueles que trabalham na NASA, a agência espacial norte-americana. Por exemplo, sabia que todos os astronautas têm formação médica durante o seu treino? E que a água bebida por eles, no Espaço, resulta da filtração da própria urina?
“Antes de decidirem ser astronautas, pensem bem nestas coisas”, avisou, com um sorriso, a engenheira espacial e treinadora de astronautas, ela mesma a tentar tornar-se uma, brevemente.
Um currículo do outro mundo
O site Notícias UP revela boa parte do currículo de Mamta Patel Nagaraja dentro da agência espacial norte-americana:
Divide a sua formação entre a engenharia espacial e a engenharia biomédica e participa há vários anos no treino dos astronautas que operam nas missões do U.S. Space Shuttle e da Estação Espacial Internacional. Trabalhou também no Centro de Controlo de Missões da NASA como controladora de voos para o sistema de comunições da EEI.
Os EUA podem fazer mais para promover a Ciência junto das mulheres
Ao JPN, Nagaraja falou do papel das mulheres na Agência, na Ciência em geral e revelou que está impressionada com Portugal. “É melhor, pois tem uma maior representação das mulheres na Ciência – mais do que em muitos países ocidentais – o que é fantástico. Estaria muito interessada em saber o que estão a fazer corretamente”.
Nos EUA, apenas 20% das mulheres estão ligadas profissionalmente à Ciência e Tecnologia, incluindo as da NASA. “Como nação, poderemos encorajar jovens raparigas para o meio”, explica a engenheira espacial. Aliás, Nagaraja vê a menor quantidade de mulheres na Agência Espacial devido à falta de vontade do sexo feminino em ligar-se a este tipo de trabalho, já que não vê qualquer discriminação. “Trabalhamos frequentemente em equipas mistas e, desde que estejas a fazer um bom trabalho, ninguém se importa com o sexo da pessoa”.
Neste momento, as mulheres da NASA têm a mesma importância que os homens. As suas funções passam por “desenhar os foguetões, treinar astronautas, design de software”, entre outros trabalhos.
Quanto a Nagaraja, a engenheira espacial espera pelo próximo verão para receber, ou não, aprovação para se poder tornar astronauta e, finalmente, ir ao Espaço.