“Vestir a história” é o principal objetivo de Miguel Gigante. O estilista foi convidado pela Associação de Aldeias Históricas de Portugal para criar uma coleção de roupa que promovesse a fileira têxtil de algumas regiões do país.

Ao JPN, Miguel afirma que, para além de roupa, “a associação quer promover as aldeias no ótica do desenvolvimento do turismo nacional”, criando uma série de produtos que transportem as pessoas para a história e os valores das aldeias. “No fundo, é aproveitar as mais-valias, os conteúdos endógenos das aldeias e chegar às pessoas através das peças de vestuário”, explica.

O seu trabalho resulta da colaboração dos habitantes das aldeias, já que para se inspirar, Miguel desloca-se aos locais retratados e procura conversar com as pessoas para obter informação.

O que há nas peças que fará lembrar essas aldeias?

As aldeias são lembradas através da matéria-prima utilizada no fabrico das roupas: o linho e o algodão, mas essencialmente a lã – que é, inclusive, “proveniente das ovelhas criadas nos próprios locais”.

Para além disso, este trabalho não se rege pelo calendário natural das coleções de moda, pois trata-se de um “produto transversal e intemporal”. A compra das peças de roupa pode substituir as tradicionais lembranças, características das regiões. “Além de servir como recordação, pode ser usável”, diz. Embora a coleção seja para ambos os géneros,”a maior percentagem de roupa criada é feminina, pois “o público feminino é sempre mais sensível a estas iniciativas”.

A venda em diversos locais

As peças vão estar à venda inicialmente em apenas algumas das aldeias históricas, pois nem todas têm estabelecimentos comerciais contemporâneos onde possam ser vendidas. Miguel explica que “numa fase posterior vai ser criado um outro ateliê em Belmonte, onde as pessoas possam visitar, ver as pessoas a trabalhar e comprar as peças fabricadas que sejam do seu interesse”.

Para além disso, podem ser adquiridas em lojas situadas nos principais destinos turísticos, espalhados pelo país: Lisboa, Porto, Óbidos, Évora, Funchal.

Para além disso, fora do país, estão a ser feitos contactos e reuniões com intuito de dar a conhecer as aldeias e os vários produtos que as mesmas apresentam para favorecer a sua comercialização e dar a conhecer um destino turístico. Para já, Miguel está a tentar expandir a coleção de roupa para Londres.