São já 68 anos de existência para o Cineclube do Porto, que celebrou na passada sexta-feira mais um aniversário. O Museu Soares dos Reis foi o “anfitrião” da festa, dividida entre uma sessão de cinema e um jantar conjunto para todos os participantes.
Ao JPN, José António Cunha, presidente da direção do Cineclube do Porto, revela que a adesão ao grupo tem crescido nos últimos anos, mesmo com a crise. Para José António Cunha, a “falta de dinheiro” não é a razão pela qual as pessoas vão a um cineclube, mas sim a diferente experiência social que este oferece. “As sessões são organizadas com o pressuposto de que o cinema não é só o filme”.
O presidente explica, então, que há “uma componente social no ato de ir ao cinema que permite algo essencial para o Cineclube do Porto”: trocar opiniões e discutir a obra visionada. “A existência de um cineclube parte da ideia de haver uma experiência social no cinema”, acredita José António Cunha.
Os filmes “provocam, por si só,” e a programação do Cineclube também desafia o espectador. “Desde sempre, os cineclubes procuram um cinema que não é imediato”, afirma o presidente da direção. A escolha das obras passa pela forma como estas, utilizando os recursos que o cinema dá, “permitem, a quem vê o filme, algo mais do que só a experiência em vê-lo”. Isto vem contrapor, segundo José António Cunha, a “dificuldade cada vez maior em escolher filmes” num universo infinito de obras tão facilmente acessíveis.
O Clube Português de Cinematografia nasceu a 13 de abril de 1945 e teve a sua primeira projeção a 23 de março do ano seguinte. Em 1948, recebia a atual designação, Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto. Em 2013, José António Cunha diz, confiante: “Se aguentamos 68 anos, aguentamos mais 60”.
Pouco depois da entrevista ao JPN, começou a exibição de “À propos de Nice“, de Jean Vigo (1930). O filme foi acompanhado pelo piano de Eliana Veríssimo, que tocou a banda-sonora. Seguiu-se um jantar de aniversário conjunto para todos os inscritos.