António Pedro Ribeiro, poeta da liberdade nascido no ano em que António de Oliveira Salazar caiu da cadeira, em 1968, Carlos Tê, autor de “Chico Fininho” e de outros clássicos da música rock portuguesa, e Paula Guerra, professora de sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), são os oradores da conferência “As Vozes da Revolução: O Papel da Música Rock”. O evento decorre esta quinta-feira, 25 de abril, pelas 21h30, no quarto piso do número 178 da Rua Passos Manuel, no edifício do Maus Hábitos. O final da noite vai contar com a atuação da banda Zekexperience.

Várias gerações de Sociologia

O Núcleo de Estudantes de Sociologia surgiu, de acordo com Paula Guerra, há 22 anos, “pelas mãos de José Madureira Pinto, então professor da Licenciatura de Sociologia da FLUP”. O objetivo é a promover o “debate sociológico fora dos espaços da academia” e aproximar o público geral e a Sociologia.
“Madureira Pinto colocou um desafio aos então alunos, hoje, nossos professores, para criarem um evento que levasse o debate sociológico a públicos fora da academia”, confirma Sara Loureiro.

As Noites da Sociologia vão na 22.ª edição e resultam da parceria entre o Núcleo de Alunos de Sociologia do Porto (NAS Porto), o Maus Hábitos e a Associação Cultural Saco Azul. Esta é já a terceira iniciativa realizada este ano e a adesão tem sido “acima das expectativas”.

A oradora Paula Guerra salienta a “tentativa em escolher temas que apelem aos jovens e que lhes digam respeito”, levando à reflexão e debate sobre um passado recente e sobre a importância da música.

Sara Loureiro, organizadora e membro do Núcleo de Sociologia, refere o esforço para recuperar “este ritual que, ao longo dos anos, tem perdido o seu público, força e vivacidade”. Salienta, no entanto, a associação ao Maus Hábitos e à Saco Azul, que permitiram uma maior visibilidade do evento.

Relembrar abril

“O mais importante nesta noite será uma reflexão sociológica sobre a continuidade de uma revolução que não foi esquecida”, continua Sara Loureiro, no sentido de reforçar a importância de recordar umas das épocas mais importantes da história do país.

Por sua vez, Paula Guerra salienta que os conhecimentos dos jovens sobre o processo de revolução e o período que o antecedeu “depende do capital escolar e das aprendizagens que os jovens foram fazendo”. Refere, no entanto, que “a distância temporal e vivencial deve fazer relembrar estes momentos e nomeadamente a importância da música em movimentos de ideias e lutas políticas”.