A propósito de, esta sexta-feira, 3 de maio, se comemorar Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, foi divulgado o ranking que revela que Portugal subiu cinco lugares na lista anual dos países com maior liberdade de imprensa. Atualmente, Portugal ocupa o 28.º lugar na lista, ultrapassando países como a Espanha, o Reino Unido ou os Estados Unidos.

O ranking de 179 países é encabeçado pela Finlândia, Holanda, Noruega e Luxemburgo. O JPN falou com Manuel Costa Leal e Carla Marques, jornalistas da Rádio Nova, e Rita Siza, jornalista do Público, que refletiram sobre a imprensa em Portugal.

Manuel Costa Leal diz que os grandes entraves à liberdade de imprensa são “a falta de verbas e a concentração de media”. Juntamente com Carla Marques, faz parte de “uma rádio pequena, com poucos jornalistas”, que “não sentem os constrangimentos”. Ainda assim, o facto de a Rádio Nova pertencer a um “grande grupo económico” condiciona algumas atitudes dos profissionais de comunicação.

Carla Marques diz que “a falta de dinheiro faz com que os jornalistas vivam das agências”. A concentração dos media é outro condicionamento, de acordo com a jornalista, que dá, a título de exemplo, “Manuela Moura Guedes, que veio a criticar e a denunciar determinadas situações, dizendo que o DN é o jornal amigo de Judite de Sousa, entre outras coisas”. O poder também acaba por ser condicionante, segundo Carla Marques.

Rita Siza, do Público, diz que “não existem entraves à liberdade de imprensa no sentido dos regimes de ditadura. Existem condicionantes, sobretudo económicas”. A concentração de grupos económicos dificulta “a pluralidade de vozes, essencial no jornalista”. Os três jornalistas são unânimes em declarar que a subida de cinco lugares de Portugal no ranking da liberdade de imprensa não altera o quotidiano de uma redação. Para Carla Marques, “os estudos valem o que valem”.