O som dos saltos a bater nas ruas, o manto a varrer no chão e o cantar dos estudantes dão vida a um Porto mais jovem. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o traje académico não é apenas um privilégio dos alunos de praxe.

Bruna Silva, estudante de Direito, faz questão de usufruir, precisamente, desse direito. A universitária, que não se identifica com os valores praxísticos, veste o traje como símbolo do esforço que a universidade exige.

Na verdade, as únicas tradições de praxe que Bruna segue têm a ver com uso do próprio traje. Foi o caso da escolha de um padrinho, de entre os vários amigos, para lhe traçar a capa no primeiro dia em que trajou.

Mas não é só por orgulho ou pela recordação que os estudantes fora de praxe compram o traje. Vanessa Silva, aluna do curso Ciências da Comunicação, faz parte da Tuna Feminina do Orfeão Universitário do Porto, que considera ser o seu grupo académico, um verdadeira família que a ajudou a integrar na faculdade. Comprou o traje para usá-lo nas atuações.

Sem ainda saber muito bem como traçar a capa, Vanessa trajou pela primeira vez em 2012, para atuar no FITU – Festival Internacional de Tunas Universitárias. Nas atuações canta, mas está também a aprender a tocar guitarra. No fundo, Vanessa e Bruna são dois exemplos de que o traje não é só para praxistas e que há muitas outras razões para vestir a tradicional roupa académica.