Esta quarta-feira, o palco do Queimódromo ficou entregue a artistas da casa. Mónica Ferraz e Expensive Soul, naturais do Porto, animaram o público numa noite em que a chuva tanto ameaçou, que acabou mesmo por cair, mas sem estragar a festa.

Mónica Ferraz abriu as “hostilidades”, por volta das 23h30, com a música que também dá nome ao seu álbum “Start Stop“, de 2010.

O público, ao início mais contido e calmo, animou de música para música, muito por culpa dos constantes incentivos da cantora, que fez vários duetos com a assistência, como, por exemplo, na música “My Love“. Estava dado o mote para um concerto cheio de ritmo com expoente máximo em “Go Go Go” e o cartão de visita do álbum, “Golden Days“, que começou com Mónica Ferraz ao piano e, durante quase seis minutos, pôs o público, cada vez mais composto, a cantar.

Minuto de silêncio respeitado

Como já vem sendo hábito nesta edição da Queima das Fitas, à 1h cumpriu-se um minuto de silêncio em memória de Marlon Correia e que, desta vez, se estendeu às queimas de Coimbra e Algarve. No intervalo dos dois concertos, as luzes do palco baixaram totalmente e a música parou em todo o recinto para um silêncio sem interrupção.

O momento mais emotivo do concerto chegou com a primeira de três homenagens a Marlon Correia. A iluminação do palco baixou e Mónica Ferraz pediu luzes de telemóveis e isqueiros no ar para dedicar “Like a Legend” ao estudante que perdeu a vida no Queimódromo, no passado sábado. A animação continuou com “Turn Back in Time”, que antecedeu o bis de “Go Go Go”, com Mónica Ferraz a descer do palco para cantar com o público e despedir-se, assim, do Queimódromo.

O feedback do público era positivo: “Gostei muito, valeu a pena ficar aqui tanto tempo à espera”, disse Marta Costa, finalista de Terapia da Fala da Escola Superior de Tecnologia e Saúde do Porto (ESTSP), que tinha expectativas altas para os Expensive Soul: “Eles são muito animados em palco, quero muito vê-los”, confessou.

Miguel Duarte, estudante de Criminologia da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), assistiu da primeira fila ao concerto de Mónica Ferraz e esperava o “melhor” para o seu primeiro concerto dos Expensive Soul: “Isto é sempre a subir”, disse.

À 1h15, subiram então ao palco os Expensive Soul, para uma assistência que não parava de crescer e que, no intervalo entre os dois concertos, já cantava músicas do grupo de Leça da Palmeira. O single “Mr Dow Jones” abriu a atuação, que logo seguiu para mais uma homenagem a Marlon. Demo pediu energia ao público para a música “Deixei de Ser Bandido“.

A dupla, aliás, não se cansou de puxar pelo público entre todas as canções, e “13 Mulheres”, do álbum Alma Cara, foi cantada quase em uníssono do princípio ao fim, enquanto “Dou-te Nada” manteve o público animado. Em seguida, o grupo surpreendeu e divertiu a assistência, que, por esta altura, já resistia à chuva, com uma cover de “Minha Machadinha“.

A noite seguiu com outras músicas muito aguardadas, como “Amor é Mágico”, “Brilho” e “Eu Não Sei”, do primeiro álbum dos Expensive Soul, que se despediram do palco debaixo de um coro de aplausos da plateia.